Os médicos da rede pública estadual deliberaram em assembléia na noite da última terça-feira (16) por um indicativo de greve. Insatisfeitos com seu atual Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), os profissionais ameaçam paralisar as atividades caso o governo não apresente uma contra-proposta satisfatória. No próximo dia 23 está agendada a reunião entre a equipe de negociações do Palácio Rio Branco e o Sindicato dos Médicos do Acre, o Sindmed.
Caso não haja um consenso neste encontro, já no dia 24 os serviços nos hospitais do Estado vão estar seriamente prejudicados, já que a decisão por uma greve está tomada. Médicos e governo negociam reajustes e modificações no PCCS desde setembro do ano passado. A última contraproposta não satisfez por completo a categoria, deixando algumas lacunas.
Entre elas está a progressão linear na carreira por tempo de serviço. “Pela proposta do governo a progressão aconteceria por promoção e nós não concordamos com essa forma por que não estão claros os critérios dessa promoção. Para nós, a progressão por tempo de serviço é a forma mais justa e impessoal, por isso a mais adequada para ser aplicada na tabela”, diz o médico Marcos Yomura, secretário do Sindmed.
Além disso, os profissionais exigem alterações na carga horária. Atualmente, os médicos têm um contrato de 30 horas semanas, acrescidas de mais 10 horas quando necessário. “O que nós queremos é a incorporação dessas 10 horas no contrato. Não queremos redução das horas, apenas uma adequação no regime de horas trabalhadas”.
Além das questões sala-riais, os médicos reivindicam melhores condições de trabalho dentro das unidades públicas hospitalares. De acordo com Yomura, muitos médicos precisam realizar trabalhos reforçados e em dobro para garantir um bom atendimento à população. Sobre os efeitos de uma greve, diz o profissional: “nós esperamos que dessa conversa [dia 23] saia um consenso. A greve é um recurso que só iremos utilizar em último caso”.
A reportagem tentou entrar em contato com o secretário estadual de Saúde, Oswaldo Leal, por meio de seu telefone celular, mas o mesmo não atendeu as ligações. Até o fechamento desta edição não houve retorno. (Com informação da Assessoria Sindmed)