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Olimpíada do Conhecimento: Acre realiza façanha e traz duas pratas

Em feito inédito, delegação acreana se consagra campeã geral da Região Norte e conquista a admiração dos demais estados

“Podemos ser o menor Estado, a menor delegação, mas a nossa união é a mais forte”. Com essas palavras, Maria Prisciane de Souza Costa, 17, primeira aluna e primeira mulher da história do SENAI-AC a conquistar uma medalha, emocionou a todos os presentes na cerimônia de encerramento da Olimpíada do Conhecimento 2010. O evento aconteceu no Cais do Porto, Rio de Janeiro, no domingo (14) e trouxe imensas surpresas para o Acre.  A premiação teve como cerimonialista a apresentadora do Globo Esporte e Esporte Espetacular, Glenda Kozlowski.

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Única mulher a concorrer na ocupação de Sistema de Transporte de Informação (STI), Priscianne conquistou a primeira medalha de prata da noite para o Estado, deixando para trás concorrentes de Rondônia e Goiás, e perdendo por muito pouco para São Paulo, o grande campeão da competição. Mas a festa acreana não parou por aí. Ele prometeu e cumpriu. Rafael da Silva Araújo, 18, de Mecânica de Automóveis, coroou a participação do SENAI-AC também com a prata.

Ele desbancou a poderosa delegação de São Paulo, que ganhou o bronze nesta categoria, e ficou em segundo lugar, empatado com ninguém menos do que o competidor dos Estados Unidos – A Olimpíada do Conhecimento também é chamada de “World Skills”, pois também participaram representantes de vários países, como Estados Unidos, Jamaica, República Dominicana, Argentina, Peru, Colômbia, Paraguai, Holanda, Chile, entre outros. A medalha de ouro nesta categoria foi para Minas Gerais.

Como se não bastasse, Rafael ainda levou um troféu por ser um dos maiores pontuadores da Olimpíada, independentemente da ocupação. “Isso aqui são três anos de dedicação! Está aqui todo o meu esforço! Agradeço primeiramente a Deus, pois se não fosse Ele, não seria possível estarmos aqui hoje. Em segundo lugar, meu instrutor, que sempre acreditou em mim. E depois, claro, minha família, que me deu todo apoio para que eu pudesse participar dessa competição”, desabafou o mecânico.

Exultante, a diretora regional do SENAI-AC, Solange Maria Chalub Teixeira, já tem planos para esta turma vencedora. “Não podemos perdê-los. Temos que reter esses talentos, que já têm experiência de Olimpíada, para passá-la para os demais alunos da nossa instituição”, vibrava. Outra que não cabia em si de tanta alegria era a diretora de Educação e Tecnologia do SENAI-AC, Geane Reis. “Desbancamos São Paulo, sabe o que é isso?”, gritava.

NÍVEL BÁSICO X TÉCNICO – Pois bem. Isso significa que a pequena delegação saída do outro lado do País, composta somente por alunos de nível básico, derrotou dezenas de alunos de nível técnico dos grandes estados. Alguém se lembrou de Davi e Golias? Não é mera coincidência.

“Somos campeões da Região Norte, com duas medalhas de prata. Amazonas e Rondônia ganharam uma medalha de bronze e o Pará, uma de prata”, destacou Mozani Mariano de Almeida, diretor da Escola SENAI Cel. Áuton Furtado. “Foi muito emocionante ver que as outras delegações estavam torcendo muito pela gente. Alagoas e Rio de Janeiro vibravam e nos parabenizaram muito”, emocionou-se.

Para Solange, o fato de colocar alunos de nível de aprendizagem para concorrer com competidores de nível mais avançado é um estímulo a mais. “É uma ousadia, realmente. Mas eu confio muito nos meus alunos e nos meus instrutores. Nunca havíamos conseguido uma medalha antes, mas sempre ficamos em boas colocações”, relatou. Mas, em 2010, a história foi diferente.

“Notamos que os alunos que não subiram ao pódio não se conformaram, porque eles sentiam que tinham condições de estar lá”, observou Mozani. “Desta vez, eles não vieram aqui apenas para ganhar experiência. Eles vieram confiando no seu potencial, porque esta competição se resume em estrutura, instrutor e competidor”.

Segundo o diretor da Escola SENAI, a maioria dos alunos acreanos viajou pela primeira vez. Soma-se a isso a oportunidade de fazer um intercâmbio de tal magnitude com colegas dos demais estados – e até de outros países – , resultando em uma experiência de vida muito mais rica para o futuro de cada um. “Por mais que a gente não suba no pódio, não deixamos de ganhar com tudo o que vivemos aqui, todos esses dias”, reconhece Lucas Braga de Souza, de Mecânica Diesel. Logo, esta, talvez, seja a única competição em que alguns poucos recebem medalhas, e, no entanto, a vitória é de todos. (Assessoria Fieac)

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