O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) lança esta semana o edital de concorrência para contratar a empresa responsável pela construção da ponte sobre o Rio Madeira, em Rondônia. Prevista para começar já no segundo semestre deste ano, a obra tem um custo inicial de R$ 160 milhões. A previsão é que até 2012 a ponte esteja concluída, tirando, assim, o Acre do atraso em sua logística de transportes.
A informação foi repassada À GAZETA pelo diretor de Planejamento e Pesquisa do Dnit, Miguel de Souza. Segundo ele, o valor final pode chegar a R$ 180 milhões por conta de alterações que podem ser realizadas ao longo da construção. Os recursos estão garantidos pelo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). O Dnit estima que em até 40 dias a empresa o processe de licitação esteja concluído.
Sem uma ponte, a interligação rodoviária do Estado pela BR-364 com o resto do Brasil desde o início da década de 1980 precisa ser feita a partir de balsas. Concebida ainda no governo Juscelino Kubitschek, a BR-364 tinha como objetivo tirar essa região do país do isolamento, com a integração feita de uma ponta a outra.
Asfaltado em 1983, o trecho entre Porto Velho e Rio Branco encontrava como principal desafio o Rio Madeira. Sem a construção da ponte, os acreanos ficaram na dependência das balsas tanto para ir quanto para chegar dos demais estados brasileiros. De acordo com o diretor do Dnit, a ponte terá uma extensão de 1.056 metros. “Essa é uma obra essencial para o desenvolvimento do Acre”, ressalta Miguel de Souza.
Além disso, a ausência de uma ponte na BR-364 entre as capitais do Acre e Rondônia emperraria o fortalecimento da interligação comercial com os portos peruanos do Pacífico, por meio da Rodovia Interoceânica, estrada esta encabeçada pelo Palácio Rio Branco.
Com todo o trecho do lado brasileiro concluído, a rodovia dentro do Peru será inaugurada ainda em 2010. Uma ponte sobre o Rio Madeira também representa a realização de um sonho para a maioria da população.
Por vezes, o Acre já teve o fornecimento de combustível, gás e alimentos comprometido por conta das balsas. A falta de chuvas que acabam por não oferecer condições de navegabilidade nos rios dificulta a travessia das balsas. As taxas cobradas para atravessar o Madeira de um lado para outro encarecem os custos das transportadoras com frete. Esse custo maior acaba por ser repassado ao consumidor.