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Rio Acre mantém alto nível e continua desabrigando famílias

O Rio Acre manteve um alto nível durante todo ontem e continuou a desabrigar várias famílias das áreas de risco da Capital. No começo da manhã, às 6h, o rio estava com 14,41 metros. Na última medição de ontem, às 18h, o nível fechou o dia com 14,45m. Com essa última marca, a Defesa Civil estima que as casas de cerca de 1.850 a 2.000 famílias dos bairros alagados já estejam sendo afetadas (com menor ou maior gravidade) pelo transbordamento das águas. Deste total, 63 foram removidas pela Defesa Civil (42 para casa de parentes e 21 para abrigo) e outras mais de 50 já devem ter se mudado por conta própria, desde segunda-feira até às 18h de ontem.
Alaga
Devido ao caráter imprevisível, análises sobre a futura situação do rio tornaram-se bem vagas. Assim, é impossível afirmar com precisão quando haverá vazantes e as famílias poderão voltar para casa. As únicas que são feitas apontam que ele deverá manter hoje um nível parecido com o que vem apresentando (entre 14,30m a 14,50m) ou mesmo tenha uma leve alta, já que as chuvas nas cabeceiras do rio não cessaram. 

Em relação ao trabalho da Defesa Civil, o diretor de operações da Cedec/AC, ten-cel. José Ivo, contou que os serviços de mudança, organização, assistência aos ‘ilhados’, transporte de bens e outros previstos no plano de contingência estão sendo mantidos. Para isso, foi dado um reforço de mais 30 bombeiros neste trabalho, o que levou o total de ‘agentes da vida’ estadual e municipal para 70 efetivos. “A demanda de serviços já começou a diminuir, pois muitos cidadãos já foram deslocados. Contudo, o nosso trabalho continua com o mesmo ritmo forte de sempre”, declarou.

Até o momento, sete bairros da cidade já foram afetados pela saturação do Rio Acre: Seis de Agosto, Airton Sena, Triângulo Novo, Baixada do Habitasa, Taquari, Cadeia Velha, Cidade Nova e Adalberto Aragão.

O abrigo no Parque de Exposições
O abrigo provisório para os desabrigados está sendo estruturado aos poucos no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, Via Chico Mendes. Até o fechamento desta edição, ele já comportava 21 famílias (mais de 70 pessoas), tinha 70 boxes erguidos e mais 12 estavam em construção. Além disso, as demais instalações (cozinha, banheiros químicos, administração, sala para guardar móveis retirados, etc) para as vítimas da alagação estavam em fase final de preparação.

De acordo com Estefânia Pontes, secretária municipal de Cidadania e Assistência Social (Semcas), o espaço está sendo adaptado para fornecer todo o tipo de amparo aos desabrigados. Segundo ela, há quase 100 atuantes diretos só na manutenção do abrigo, além do apoio dado pela Defesa Civil e por vários outros órgãos esta-duais e municipais. 

“Temos 4 equipes da Semcas para ajudar as pessoas a se instalar e para fazer um levantamento dos bens que recebemos e deixá-los guardados de forma organizada. Uma equipe que cuida da cozinha e outra que responde pela administração e controle do local (situação das famílias). Fora isso, temos recebido ajuda da Semsa com assistência em Saúde e com prevenção contra a dengue, água potável do Saerb, policiamento da PM, etc. Portanto, estamos fazendo de tudo para abrigar as estas famí-lias”, detalhou.

A secretária também garantiu que, à medida que chegarem mais famílias, a capacidade do abrigo será amplia-da. Ela também conta que, a partir de hoje, serão disponibilizados ônibus para levar as crianças desabrigadas à escola e serão realizadas mais atividades para entretê-las enquanto estiverem livres pelo abrigo.

 

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