O movimento cineclubista acreano presenteia os cinéfilos, no próximo dia 3 a partir das 14 horas, na Filmoteca da Biblioteca Pública de Rio Branco, com mais uma Maratona Cineclubista, que iniciou o ano com filmes dirigidos por mulheres, visando homenageá-las pelo dia Internacional da Mulher, como reconhecimento de suas conquistas. Já na Segunda Edição da Maratona, o movimento cineclubista, atento a necessidade de reflexões sobre um período tenebroso da história do Brasil como da América Latina em decorrência de golpes militares suscetivos, que instituíram governos ditatoriais, exibirá filmes sobre o Regime Ditatorial no Brasil, em decorrência dos 46 anos do Golpe de Estado de 1° de abril de 1964. Constando na relação dos filmes que serão exibidos a pré-estréia do Filme “Em Teu Nome…”.
O filme “Em Teu Nome…”, dirigido por Paulo Nascimento, conta a história real de João Carlos Bona Garcia. Bona nasceu em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, em 1946, e ingressou no movimento estudantil aos 17 anos, influenciado pelos ideais das revoluções Russa e Cubana. Após o golpe militar de 64 no Brasil, passou a militar junto a dissidência do PCB (Partido Comunista Brasileiro) e POC Partido Operário Comunista e foi guerrilheiro da VPR – Vanguarda Popular Revolucionária. Para financiar a revolução, Bona participa de ações armadas e é preso pelo Dops (Departamento de Ordem Política e Social).
Vítima de tortura e agressões, foi banido para o Chile, em 1971, com setenta presos políticos trocados pelo embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher. Bona morou ainda na Argentina, Argélia e França. Em Paris, militou no Partido Comunista da França e ajudou a formar o comitê pela anistia, que possibilitou seu retorno ao Brasil, em 1979. Em Teu Nome… fala sobre o aprendizado e transformação pela qual as pessoas e o país passaram nos anos de repressão no Brasil. Ambientada nos anos 70, foi filmado em locações no Brasil, Chile, Marrocos e França. Com uma estrutura de produção enxuta, o filme apresenta uma diversidade de paisagens para registrar a trajetória de Boni e seus companheiros durante o período de exílio.
A Maratona Cineclubista surge como forma de celebrar, analisar e discutir o cinema nacional, regional e local. Partilhando filmes e contribuindo para o processo de democratização do acesso ao bens culturais cinematográficos.