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Sistema de produção arcaico compromete mercado da Capital no “inverno”

Com a pequena e média produção sem fazer o mínimo uso da tecnologia disponível para o campo, os produtores rurais de Rio Branco não conseguem manter o mesmo ritmo de plantio e cultivo do “verão” durante o “inverno amazônico”. Sem esses sistemas avançados, os agricultores ficam quase que obrigados a “pausar” seus trabalhos. O resultado disso é a queda na oferta de alimentos no mercado, aumentando os custos para o consumidor final.

Hortaliças que antes po-diam ser compradas por até R$ 0,25, hoje não saem por menos de R$ 1,00. De acordo com o secretário Jorge Fadel (Agricultura) somente os agricultores com sistema de produção em estufa (ou casa de vegetação) conseguem manter o nível durante o ano inteiro, independente do comportamento do clima. Mas poucos são os que têm acesso a essas tecnologias. “É insuficiente para abastecer nosso mercado”, reconhece Fadel.

Segundo o secretário, apenas 10% dos produtores que não usam a casa de vegetação mantém o cultivo no pe-ríodo de chuvas. É proposta da secretaria incentivar os pequenos e médios agricultores a produzir durante o “inverno”. Mas esse é um trabalho caro e que exige recursos. Com recursos de emendas parlamentares, a prefeitura conseguiu entregar no ano passado 100 Kits Produção.

Neste conjunto, o agricultor recebe todos os equipamentos e utensílios necessários à profissionalização e uso de tecnologias na plantação de hortaliças. Mas a quantidade entregue é insuficiente. O necessário, afirma Fadel, seriam dois mil kits para que Rio Branco não sofresse com o desabastecimento nos meses de chuva, como também o aumento nos preços praticados.

Em média, cada kit como este tem um custo entre R$ 3 mil a R$ 4 mil. É um valor alto para um pequeno produtor, que forma a maioria. O secretário afirma que uma das propostas é entrar em contato com o Banco da Amazônia e o Banco do Brasil para que possam disponibilizar o crédito necessário a esses agricultores. Juntos, estes dois bancos são os que mais oferecem linhas de crédito para o homem do campo.

“Esses são bons projetos que o banco pode financiar. Com tecnologia dominada, há a garantia assegurada de retorno econômico ao agricultor, criando possibilidades para ele quitar o financiamento”, analisa o secretário de Agricultura.

 

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