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Trabalhadores em Saúde fazem assembléia geral e cogitam greve

As categorias de serviços em Saúde do Acre se juntaram ontem, na frente da Aleac, para reivindicar por melhorias salariais e denunciar a falta de negociações do Governo. Os trabalhadores realizaram uma assembléia geral para cobrar os pontos principais da sua bandeira de luta, obter uma resposta da administração pública e votar qual será a posição das classes a respeito da proposta do Estado: aceitar ou partir de vez para uma greve (já que as negociações só podem ser feitas até o próximo dia 30).

Depois do manifesto, foi formada uma comissão de dez diretores do Sintesac (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde) e Spate (Sindicato de Profissionais Auxiliares, Técnicos de Enfermagem e Enfermeiros). O grupo foi recebido na Aleac e pediu o apoio dos deputados para melhorar as negociações com o Governo, a fim de conseguir os devidos aumentos salariais que beneficiassem todas as categorias do setor.

De acordo com o presidente do Sintesac, Daniel Correia, o objetivo maior é obter insalubridade de 20% para as classes em geral. Contudo, ele conta que os negociadores do Estado alegam não estar previsto em Lei que todos os servidores devem receber o beneficio. Por isso, o plano B do sindicato é apelar para que a complexidade de nível superior também seja paga aos trabalhadores de grau médio e fundamental, o que representaria valores semelhantes à insalubridade de 20% (cerca de R$ 120 a 500).

“Queremos a insalubridade ou a complexidade. A proposta anterior do Governo, que os trabalhadores já recusaram, oferece insalubridade de R$ 180 para os técnicos em enfermagem. Porém, as outras categorias ficariam sem nada. Daí, sugeriram dividir o recurso para todas as classes, o que daria apenas R$ 12 a 60 de aumento. Recusamos também. Agora, o que queremos é que eles melhorem tais propostas”, detalhou Daniel.

Ao todo, o Acre possui mais de 5 mil operários em Saúde. Além da insalubridade e complexidade, as suas principais reivindicações são: melhores condições de trabalho; igualdade salarial dos profissionais de nível técnico e superior; retorno da parcela Bresser no contra-cheque; e pagamento do reajuste da promoção à Saúde (benefício urgência/emergência) aos servidores de nível médio e superior.

Governo marca nova reunião e revolta servidores
Os sindicatos queriam uma resposta satisfatória ainda ontem. Porém, o Governo jogou um balde de água fria em tais expectativas. Após os parlamentares ouvirem o Poder Executivo, o presidente da Aleac, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), informou que o Estado marcou uma nova reunião hoje, às 15h. “Esse é um processo complicado, pois envolve muitas categorias e reivindicações. Por isso, o Governo prefere ouvir os trabalhadores mais uma vez e, se necessário, fazer uma contraproposta. Mas creio que esta situação está perto de um acerto”, disse o deputado. 

Mas não foi assim, com tanta tranqüilidade, que parte dos manifestantes recebeu a notícia. De imediato, ficou adiantado que a proposta ideal do Sintesac dificilmente sairá do papel. Isso porque o Estado continua reconhecendo a legitimidade do reajuste apenas para os técnicos em enfermagem. Ou seja, apenas uma categoria ficou bem encaminhada. As demais seguem travadas até as novas negociações de hoje.

Assim, parte dos servidores já clamou pela greve geral junto à direção do sindicato. Mas como só as categorias unidas é que podem decidir qualquer ato desta natureza, o resultado para tal imbróglio deve sair apenas hoje mesmo. E promete novas emoções!

 

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