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Violência contra a mulher foi o assunto principal na sessão da Aleac

A Aleac conseguiu reunir representantes de todos os setores sociais, ontem, na sessão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Apesar de ser uma data comemorativa a maioria dos discursos gravitaram sobre a questão da violência contra a mulher. Houve muitas cobranças nesse sentido.  A deputada Dinha Carvalho (PR), que apresentou recentemente um requerimento para tratar o assunto numa audiência pública, declarou: “o aumento exagerado da violência contra a mulher está chocando a sociedade. O parlamento é um lugar onde se cria leis e temos tantas leis boas. É preciso que a sociedade se reúna e se organize para ver onde existem as falhas. Juntos nós vamos encontrar soluções para poder amenizar e resolver essa situação tão polêmica e contraditória em relação a uma homenagem como no dia de hoje”, justificou.
Outra parlamentar que se manifestou em relação ao tema foi Idalina Onofre (PPS). “A violência contra a mulher avançou. E um dos fatores é a impunidade. As penas ainda são muito brandas para quem comete esses crimes. A Lei Maria da Penha não está tendo a eficácia que se esperava. Nós mulheres temos a preocupação para que haja uma solução e que seja urgente para que pare a agressão contra a mulher e o homem tenha mais conscientização. A mulher é hoje uma parceira do homem. Nós temos que ter esse reconhecimento”, salientou.

A presidente da Fetacre, Sebastiana Miranda, reivindicou maiores investimentos na zona rural, mas também destacou a questão da violência. “Nós reconhecemos que no nosso setor tivemos algumas conquistas. Mas ainda temos um grande desafio pela frente quando se trata da educação, inclusive, não só para crianças, mas de forma geral. É preciso conter a violência contra mulher no setor rural e isso é um grande problema que tem que ser trabalhado pelas famílias e também pelo setor público para que não se alastre”, explicou.

A margarida, Marina Conceição, preferiu colocar o preconceito contra as mulheres como uma forma de violência psíquica. “Acham que a mulher é o sexo frágil e não tem capacidade para assumir certas posições. Sendo que muitas vezes são muito mais fortes do que um homem e mais capazes. Tem coisas que acontecem com a gente tipo pedir um copo de água numa casa enquanto estamos trabalhando e depois ver a pessoa lavar aquele copo até com álcool. Isso é um preconceito sério porque estamos fazendo um trabalho de higienização da cidade e eles nos tratam como se nós fossemos um lixo”, protestou.

Saídas e soluções
Depois de ouvir as mulheres, a secretária de Segurança, Márcia Regina, se posicionou. “Nós vamos ampliar o serviço de atendimento da Polícia Civil em todo o Estado. Nós adquirimos um sistema de segurança que vai unificar a base de dados e quando uma mulher for a uma delegacia para denunciar a violência que está sofrendo o sistema vai soltar um alerta ao delegado para que possa determinar de imediato as medidas de proteção chamando quem está ameaçando na delegacia. O objetivo é tentar se antecipar ao evento crime. É um momento delicado. A gente viu a violência fatal contra a mulher crescer na Capital. Nós percebemos que a intolerância do homem em relação à mulher quando chega o fim de um relacionamento vem sendo a causa de muitos crimes. Nós buscamos melhorar e modernizar a gestão para que possamos antecipar as ações e o crime não ocorra”, disse ela.

A secretária também corrigiu os números de homicídios no Acre informados por deputadas de oposição. “Na verdade não foram 19, mas cinco homicídios contra mulheres que é o mesmo número do ano passado. Temos que intensificar as campanhas educativas. Nós percebemos que não é só a repressão policial que vai funcionar nesses casos, mas a própria consciência familiar e da mulher que cria os seus filhos. Educar os seus filhos de uma outra forma, não batendo e nem aplicando castigos físicos porque isso poderá gerar um agressor de mulheres no futuro. Com todas essas ações reduziremos os indicadores de violência contra mulheres”, profetizou. 

 

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