É inegável o fato de o Brasil tornar-se, paulatinamente, uma potência em produção, conforme evidenciam os níveis de crescimento dos últimos anos. Porém, seu desenvolvimento não pode prescindir dos requisitos relativos à preservação ambiental e erradicação da miséria, cada vez mais essenciais e valorizados em todo o mundo. Tais preocupações devem estar presentes na visão das empresas, que, em paralelo ao valor econômico, devem voltar-se às chamadas práticas da sustentabilidade. Tal postura implica atenção com a saúde e bem-estar dos funcionários e da população e uma atitude cidadã permanente.
Ante tais considerações, não há como manter fluxo duradouro de crescimento econômico quando as atividades produtivas desrespeitarem os preceitos trabalhistas ou provocarem poluição, desmatamento e problemas de saúde pública. Por isso, responsabilidade socioambiental é uma exigência para toda empresa que se pretenda vencedora no mundo contemporâneo. Uma visão arcaica da gestão dificilmente conduzirá a organização ao sucesso e, mais do que isso, poderá representar o encerramento de suas atividades. É preciso lembrar que a população está consciente e procura adquirir produtos precedidos de boas práticas política, social e ambientalmente corretas.
Por isso, a Fieac vem fazendo grande esforço no sentido de contribuir para que o setor industrial acreano adeque-se cada vez mais à agenda e aos requisitos da sustentabilidade. Este é o caminho para contemplar todos os pontos anteriormente citados e, simultaneamente, promover o desenvolvimento ordenado, abrindo-se oportunidades crescentes para os empresá-rios locais e os investimentos.
Entretanto, é lamentável constatar que muitos projetos das empresas voltados à adoção dessas políticas contemporâneas, ficam emperrados na burocracia estatal. Além da falta de incentivos, blo-queiam-se todos os procedimentos necessários. É dever do poder público contribuir para a atuação desenvolvimentista, fortalecendo o setor produtivo, beneficiando, assim, toda a sociedade.
O Acre está cada vez mais próspero, conforme é possível verificar nos investimentos previstos ou em curso. Dentre eles, podemos destacar os projetos de estrutura do PAC, de expansão de energia interna, complexo do Rio Madeira, valorização do ativo florestal e biodiversidade, saída para o Pacífico e integração logística com o Caribe, além do imenso potencial turístico. Licenças ambientais, expedidas com a máxima responsabilidade, mas agilidade, não podem demandar anos, como invariavelmente ocorre, sob pena de se verificarem graves danos à economia e à população. Este é apenas um exemplo dentre tantos outros nos quais é necessário melhorar a performance do setor público no atendimento ao setor privado.
Com o intuito de remover os gargalos e organizar um cronograma positivo para o crescimento sustentado da economia acreana dentro dos melhores preceitos da responsabilidade socioambiental, a Fieac está coordenando o Movimento de Fortalecimento do Setor Produtivo.
Objetivo da entidade e de todas as demais instituições apoiadoras é o comprometimento maior do setor público com as atividades produtivas.
Esta é a mensagem que levaremos a todos os candidatos ao Governo do Estado e à Presidência da República, enumerando as reivindicações de um conjunto significativo de empresas, engajado na meta do desenvolvimento brasileiro. Tal atitude expressa a essência da democracia participativa e do exercício do direito soberano de votar. Essas prerrogativas de todo cidadão são essenciais para a eleição de políticos de fato comprometidos com as prioridades da sociedade!
*João Francisco Salomão é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre – Fieac (salomao@ fieac.org.br).