Um dos integrantes da Pelada Tiradentes, Nelson de Lima Silva, denunciou o vice-presidente do Andirá EC, Afonso Alves, de racismo durante um bate-boca no campo 2 da Federação de Futebol do Acre. O dirigente do Morcego nega atitude e garante testemunhas para derrubar a versão do seu acusador.
Nelson acusa Afonso de entrar no campo, onde vem sendo feito melhorias nos últimos 50 dias, e prejudicar. Ao ser interpelado, o vice do Andirá o teria insultado com palavras racistas. “Não posso apenas aceitar um pedido de desculpas e deixar para lá, senão isso poderia se repetir”, disse o peladeiro.
Afonso, por sua vez, negou que tivesse discutido com Nelson e sim com uma pessoa que o acompanhava. “Mas em nenhum momento insultei com palavras racistas, até mesmo porque tenho uma vida desportiva que me isenta de ter feito isso”, afirma. O dirigente ressalta que não estragou nada e que teria utilizado apenas meio campo para treinos táticos.
Sobre a discussão, Nelson afirmou que precisou tirar seu companheiro e também peladeiro, Mário, do meio da confusão. “O Mário é diretor da pelada e ele (Afonso) queria brigar, mas agarrei o Mário e saímos de lá”, afirmou. “Tenho 33 anos de profissão, credenciado pela Fifa e não posso admitir ser chamado de vagabundo ou insultado”.
Para confirmar que realmente é inocente das acusações, Afonso afirma que vai levar os oito jogadores que estavam no final do treino, momento em que aconteceu a discussão. “Posso e vou provar que não faço isso, inclusive com meus atletas. Só acho isso um absurdo”, disse o dirigente do Andirá.
A Federação – Tudo teria ocorrido no campo 2 da Federação, local que foi acertado uma “permuta” entre os integrantes da Pelada e a própria entidade máxima, confirmada inclusive pelo presidente Antônio Aquino. “Em 2009 nós cedemos o campo para o Andirá, sem que houvesse qualquer benefício. Agora, no início do ano, alguns integrantes da Pelada nós procuraram pedindo o espaço para fazer seus jogos no sábado e, em contrapartida, iriam realizar uma série de benefícios, o que vem ocorrendo”, disse Aquino.
“Se eles, que vem realizando os benefícios, não haviam entrado, para não prejudicar tudo o que foi feito, é claro que o Andirá também teria que esperar”. E disparou: “sei da situação do Andirá, mas cada clube tem que ter seu próprio local de treinos”, afirmando que a pretensão é, no futuro, transformar o campo 2 em estacionamento para atender o estádio Florestão.