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Bairro Base sofre com abandono e erosão

O bairro da Base é um dos mais antigos e tradicionais da Capital. A localização é privilegiada, evitando que os moradores gastem dinheiro com condução para resolver seus problemas no Centro. Como vizinho, tem nada mais, nada menos que o Palácio Rio Branco, a sede do governo estadual. Todas essas vantagens, entretanto, não impedem de o local sofrer ao longo das últimas décadas com o abandono e o descaso por parte do poder público.

As poucas ruas pavimentadas com tijolos viraram ponto de estacionamento para os funcionários públicos que trabalham nas adjacências. Além disso, os buracos começam a tomar conta e a impedir o tráfego em algumas ruas. A situação é agravada com a erosão que atinge o bairro, que está às margens do Rio Acre. A cada movimento de enchente e vazante do rio, a terra cede, afetando a estrutura das casas e vias.

A funcionária pública Socorro Dantas mora na Base há 20 anos. A sua casa de madeira está bem próxima das margens do rio. No local é bastante visível as irregularidades do solo. Ela afirma não ter segurança de morar na região. “Quando vejo essas cenas das casas sendo engolidas pelos deslizamentos fico preocupada”, diz ela sobre a catástrofe que atingiu os morros do Rio de Janeiro, vitimando dezenas de vidas.

Socorro, assim como todos os moradores da área de risco, foi visitada pela equipe da Secretaria de Habitação do governo e teve seu nome cadastrado no banco de dados para remoção. Os vizinhos de Socorro já foram retirados e levados para imóveis alugados pelo governo até a conclusão das casas populares do programa estadual Minha Morada.

A grande maioria das famí-lias resiste em sair do bairro pela localização privilegiada. Mas os riscos provocados pelo terreno não lhes dá outra opção. Paulo Luiz, 32, saiu de Xapuri ainda criança e construiu toda a sua vida no bairro da Base. Ele afirma que só sairá do local se for pago um valor justo pela indenização do imóvel, e transferido para um bom bairro.

No local há três décadas, Hélio Lourenço investiu na construção de um imóvel seguro e bem valorizado. O investimento não foi suficiente para impedir a ação da natureza. As rachaduras nas paredes comprometem a estrutura da casa de dois pisos. Para sair da Base, ele quer o pagamento de indenização que seja condizente com o dinheiro que ele gastou na construção da casa.

A reportagem tentou entrar em contato com o secretário estadual de Habitação, Gilberto Siqueira, mas o mesmo não foi localizado.

 

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