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China pode importar frango, carne bovina e frutas tropicais do Acre

O senador Tião Viana (PT) e o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, avaliaram positivamente a viagem do grupo de empresários e políticos à China, entre os dias 13 e 24 de abril. Nesta sexta-feira, 23, Tião e Angelim afirmaram que o Acre foi incluído, definitivamente na agenda nacional e internacional dos grandes negócios e que o Estado estará pronto para crescer como portal da América andina para o Pacífico.

Em entrevista ao jornalista Alan Rick, do programa Gazeta Entrevista, Tião e Angelim apresentaram os resultados práticos do encontro entre acreanos e chineses na 107 ª Feira de Importação e Exportação da China, a Canton Fair, o maior espaço para negócios do mundo.

A projeção que se faz é a de que o boom econômico entre o Acre e a China se dará pela compra direta de nossos alimentos e de madeira certificada, sobretudo, depois que a Zona de Processamento e Exportação (ZPE) estiver inaugurada aqui no Estado, em julho próximo.

“Os chineses estão otimistas com os acreanos. Eles querem estabelecer relações comerciais diretas com os empresários acreanos e a ZPE será uma importante ferramenta para isso”, afirmou Tião Viana.
Basicamente, a ZPE, depois de estabelecida por portaria ministerial e sancionada pelo presidente Lula, será a grande alavanca em direção ao futuro, já que o espaço, de 100 quilômetros quadrados, permitirá a instalação de empresas, tanto do Acre quanto de outras regiões do País, em torno da produção de bens que interessam aos mercados asiáticos.

“A ideia é a de que dos 100% que forem produzidos dentro da ZPE, 18% sejam direcionados ao mercado interno e os outros 82% para o mercado de exportação”, explica Tião.

A China produz apenas 19% do que ela consome e por isso, se torna um filão de mercado extremamente promissor para o Brasil, do qual o empresariado local poderá tirar proveito. Conforme o senador Tião Viana e o prefeito Angelim, abre-se neste momento um mercado para a exportação do peixe, do frango, da carne bovina, das frutas tropicais e da madeira certificada.

Embora, no Brasil, exista uma política nacional de restrição à carne, isso poderá ser contornado ao longo prazo. “Eles têm intenção de prospectar volumes de negócios e temos que nos adaptar, a partir de agora, para estas demandas”, ressalta o prefeito Angelim. 

Em contrapartida, o Acre assumiria a compra direta de eletroeletrônicos, vestuários e calçados. Algo de concreto neste sentido foi firmado com os empresários chineses e os do Vale do Juruá.

“Antes, os nossos empresários do Juruá compravam do mercado chinês por meio de um representante comercial em Manaus. Esta condição onerava muito os custos de aquisição, algo que agora acabou. Na visita formalizamos um acordo direto que vai possibilitar a importação sem intermediário”, pontua o senador.

Tião Viana afirma que a carne bovina acreana, por exemplo, é 30% mais barata em relação à de São Paulo e que a conclusão da rodovia Transoceânica, ligando esta região mais ocidental do País com os portos peruanos do Pacífico, permitirá uma redução de 12 dias no transporte marítimo até a Ásia, em relação ao oceano Atlântico. 

Angelim anuncia cruzada pela atração de novas empresas

O prefeito Angelim ressaltou que o encontro na China permitiu que o empresariado local vislumbrasse uma das maiores, senão, a maior oportunidade de inserção na globalização de mercados.

“É algo extraordinário ao nosso alcance. A gente aprendeu com os chineses que é possível sair do atraso tecnológico e se inserir no mundo globalizado”, diz Angelim.Na sua opinião, o Brasil já dá amostras desse amadurecimento, sobretudo, por fazer parte dos países emergentes que compõem o “BRIC”, bloco composto pelo Brasil, pela Rússia, pela Índia e pela própria China, cujas iniciais juntas lembram a palavra “tijolo” em inglês brick, e que denota solidez de mercado.

Mas para o prefeito de Rio Branco, é preciso agora manter o Acre como grande celeiro de negócios, “focando não apenas no empresariado local, mas também nas grandes indústrias do restante do País”.

Para isso, ele encabeçará um movimento nos municípios para redução de alguns impostos e a isenção de outros.

“Precisamos de projetos de lei que possam ser aprovados pelas câmaras, para a redução de impostos como o ISS e o ICMS. Acredito que esta condição vai atrair mercados de outros Estados próximos e gerar mais emprego e renda em nosso Estado”, ressalta o prefeito Angelim. (Assessoria)

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