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Dor e comoção na passeata de familiares e amigos de Fabrício

Ao completar trinta dias do desaparecimento de Fabrício Costa, 16 anos, familiares e amigos do adolescente tomaram as ruas do Centro da Capital exigindo respostas concretas das autoridades que conduzem as investigações.
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Entre os presentes, estava Ruth Farias, 60 anos, avó que criou Fabrício como filho. Pesando pouco mais de trinta quilos e com constantes lágrimas nos olhos, mesmo sem dizer uma palavra, ela expressava no olhar à dor que está sentindo a família.

A mobilização começou por volta de 8h da manhã, no Senadinho. Não demorou muito para que o local ficasse repleto de pessoas prestando solidariedade à família. O padre Mássimo Lombardi, da Diocese de Rio Branco, levou seu abraço aos familiares e pediu aos presentes para orar pelo garoto desaparecido.

“Gostaria de ser um delegado para desvendar esse mistério”, disse. O pároco afirma que esse é o primeiro caso de desaparecimento que ele acompanhava mais de perto e está perplexo com tudo que foi revelado pelos suspeitos até agora. “Nós não podemos viver com uma insegurança como essa”, desabafou.

Um carro de som deu suporte às pessoas que queriam se manifestar. Religiosos, sindicalistas, estudantes e familiares fizeram uso da palavra e cobraram mais empenho das autoridades na resolução do caso. Um dos momentos mais emocionantes foi durante a leitura do artigo “30 dias sem Fabrício”, de autoria da jornalista Eliane Sinhasique.  “Precisei conhecê-lo para amá-lo. Não precisei conviver com ele para defendê-lo, não precisei abraçá-lo para só depois sentir saudades. Só uma coisa despertou em mim tamanha dor e indignação com o seu sumiço: o fato de ser mãe, o fato de Fabrício ser um adolescente como meu filho primogênito”, escreveu a jornalista. 

A irmã mais velha de Fabrício, Raquel Cristina Costa, era só indignação. “Meu irmão não era vagabundo, era caseiro. Quando não estava estudando estava em casa”, declarou. Segundo ela, o adolescente não costuma andar sozinho.

“Ele tinha cursinho duas vezes por semana, terça e quinta. No dia 16 de março, quando desapareceu, era a quinta vez que ia sozinho de ônibus, na maioria das vezes ele ia comigo de carro”, revelou.

Raquel critica a forma como o caso está sendo conduzido pela Polícia Civil e defende a entrada da Polícia Federal nas investigações. “Vivo ou morto nós queremos o Fabrício, seja para retorná-lo ao convívio familiar seja para dar-lhe um sepultamento digno”, cobrou.

A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB), que denunciou o caso a Comissão Parlamentar de Inquérito das Crianças e Adolescentes Desaparecidos, também esteve presente à manifestação.

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Parada em frente à residência oficial
Após a mobilização no Senadinho, os manifestantes seguiram em passeata pelas principais ruas do centro comercial de Rio Branco. Uma parada estratégica foi feita na frente da “Casa Rosada”, onde funciona o gabinete do governador Binho Marques (PT).

Na oportunidade, em coro, os manifestantes cobraram mais empenho da Segurança Pública no caso.

O tio de Fabrício, Sérgio Costa – que desde o início colabora diretamente com as investigações – informou que a pedido da família o Ministério Público Estadual (MPE) está acompanhando o caso. Disse ainda que como não foi encontrado corpo, ainda existe uma esperança de que o adolescente esteja vivo.

“Quero dizer à família que estou acompanhando pessoalmente as investigações”, diz governador
Numa entrevista que foi ao ar na noite de quinta-feira pela TV 5, o governador Binho Marques disse ao repórter Demóstenes Nascimento que confia plenamente no trabalho de investigação que vem sendo feito pela polícia, e garantiu que nenhuma das versões publicadas até o momento partiu da equipe que oficialmente acompanha o caso. Binho Marques afirmou que a discrição diante das evidências é fundamental para a elucidação completa do caso, e lamentou o fato de algumas pessoas estarem tentando tirar proveito político da situação. “Pessoas que deveriam estar contribuindo estão atrapalhando, estão mexendo em provas, colocando versões erradas do que está acontecendo e não colaborando em nada. E tem aproveitadores também, que saem em jornais anunciando isso e aquilo, prometendo coisas que não podem fazer”.

O governador Binho Marques destacou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Henrique Corinto, para fazer a mediação entre a família de Fabrício e as instituições do Estado e recomendou ao secretário de Polícia Civil, delegado Emilson Farias, para que publicasse uma nota reafirmando o trabalho da polícia até o final das investigações. Para Binho Marques, trata-se de um caso complexo, que exige total empenho e discrição por parte da polícia, e que a sociedade precisa ter a paciência até a completa elucidação. (Agência Acre)

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Polícia Técnica coleta sangue do pai de Fabrício 
Nesta sexta-feira, 16, completou um mês do desaparecimento do estudante Fabrício Augusto Souza Costa, 16 anos, e 15 dias da prisão do primeiro acusado, Leonardo Leite, 19 anos, que confessou que o estudante foi vítima de seqüestro e morte.

Na tarde de ontem, Sílvio Roberto Zuza da Costa, 52 anos, foi chamado ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer uma coleta de sangue para a realização de exame de DNA.

O pedido para a realização do exame foi feito pela família de Fabrício desde o dia 2, quando foi descoberta a casa onde segundo os acusados serviu de cativeiro e Fabrício foi morto.

Na residência, localizada no bairro Seis de Agosto, foi coletado manchas de sangue em um dos cômodos apontado por Leonardo, como sendo o local onde a vítima foi morta e em seguida esquartejada.

Apesar da insistência da família para que fosse realizado exame de DNA, a fim de comprovar se o sangue encontrado na casa é compatível com o DNA da família de Fabrício, o exame ainda não tinha sido feito segundo informações do delegado Cleilton Videira, por que teria que comprovar primeiro se o sangue encontrado no suposto cativeiro era humano.

Segundo informações, a Polícia Técnica comprovou que o sangue encontrado na casa é mesmo humano. Por isso, foi solicitado que o pai de Fabrício comparecesse no IML para coletar sangue para a realização de exame de DNA que vai comprovar ou não ser compatível com o DNA de Fabrício.
O sangue será  encaminhado para fora do Estado e o resultado poderá demorar entre 30 a 40 dias.

Enquanto isso, os Bombeiros continuam as buscas do corpo de Fabrício no açude do Ramal Itucumã. (Lenilda Cavalcante)

O Governo do Estado e o caso Fabrício Augusto
Diante da multiplicidade de versões em torno do caso Fabrício Augusto, cujo desaparecimento completou 30 dias nesta sexta-feira, o Governo do Estado, através da Secretaria de Segurança Pública e da Direção Geral de Polícia Civil, vem a público manifestar que:

 1 – O silêncio das pessoas responsáveis pelas investigações faz parte do procedimento técnico recomendado. Mesmo tendo que pedir desculpas para familiares e a sociedade, a Secretaria de Estado de Segurança reafirma que sua atuação manterá o mesmo nível de discrição até a conclusão final do caso, porque as versões desencontradas que foram trazidas ao público até o momento pouco ou nada ajudaram para a sua completa elucidação. A Polícia nunca esteve parada e não vai sossegar até que o caso esteja 100% esclarecido.

2 – O fato da equipe técnica da Polícia Civil não ter se manifestado de público até o momento não significa, em hipótese alguma, qualquer omissão ou ausência do caso. Muito pelo contrário, as investigações avançam a cada dia e, a exemplo dos outros casos complexos enfrentados pela nossa polícia, o caso Fabrício Augusto caminha para também ser elucidado.

3 – Nenhuma das versões tornadas públicas até o momento partiu da equipe que está à frente das investigações, mesmo porque nossa polícia técnica tem consciência de que o silêncio e a discrição diante de cada uma das evidências são condições indispensáveis para que se chegar à verdade dos fatos e se identificar os verdadeiros culpados.

4 – O governador Binho Marques lamenta profundamente e se solidariza com a dor da família do jovem Fabrício, tanto que está pessoalmente acompanhando cada passo das investigações. Por isso, o Governo conclama a sociedade e aos familiares a terem confiança no trabalho da Polícia, para que não haja conclusões precipitadas por investigações paralelas e não haja risco de que alguém possa cometer justiça com as próprias mãos.

5 – Para fortalecer o diálogo entre a família da vítima e as instituições do Estado, o governador Binho Marques delegou o secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Dr. Henrique Corinto, para quem a família pode se dirigir com suas dúvidas, informações, opiniões ou reclamações.

6 – Mesmo em estado de choque e dor com a extrema gravidade do caso, precisamos manter a paciência e a serenidade até o final das investigações, quando a Secretaria de Estado de Segurança Pública se pronunciará oficialmente para apresentar suas conclusões.
 
Delegado Emilson Farias e Márcia Regina
Secretários de Polícia Civil e Segurança Pública do Estado

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