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Estudo aponta variações de IDEB entre escolas das redes municipais

Rio Branco é uma das capitais analisadas

Na semana que se comemora o Dia Nacional da Educação, o Todos Pela Educação apresenta dados que mostram que, apesar das melhorias dos últimos anos, a Educação no Brasil ainda precisa avançar muito no que diz respeito à equidade de suas redes municipais. É o que aponta a pesquisa realizada pelo movimento com base na análise da equidade dentro das redes municipais que apresentaram resultado igual ou superior à média nacional (4,2), utilizando dados do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica, o IDEB.

Entre as principais conclusões deste estudo está o fato de que existe uma grande variabilidade nos resultados entre as escolas pertencentes a municípios com um desempenho de IDEB semelhante, ou seja, mesmo que estes municípios tenham médias próximas entre eles e com a média Brasil estas redes apresentam escolas com médias bem diferentes de IDEB, podendo ficar muito abaixo da média Brasil. Por exemplo, Belo Horizonte e Boa Vista alcançaram IDEB 4,4, porém, a rede de Belo Horizonte apresenta variação de mais de 48% entre a média das melhores escolas para as piores colocadas, enquanto Boa Vista apresenta variação de 17,5%.

Município

IDEB da rede municipal

Desvio padrão

Comparação entre a melhor (A) e pior (B) escola (% que A foi melhor que B)

Melhor escola dentre as consideradas no gráfico

Pior escola dentre as consideradas no gráfico

Belo Horizonte

4,4

0,73

48,57%

5,2

3,5

Boa Vista

4,4

0,319

17,50%

4,7

4

Campo Grande

5,1

0,543

26,09%

5,8

4,6

Curitiba

5,1

0,582

31,11%

5,9

4,5

Florianópolis

5

0,513

20,00%

5,4

4,5

Goiânia

4,2

0,561

40,00%

4,9

3,5

Palmas

4,4

0,513

30,77%

5,1

3,9

Rio Branco

4,4

0,479

28,21%

5

3,9

Rio de Janeiro

4,5

0,627

42,11%

5,4

3,8

São Paulo

4,3

0,535

38,89%

5

3,6

Teresina

4,4

0,576

37,84%

5,1

3,7

Vitória

4,2

0,766

51,43%

5,3

3,5

Para este estudo foram excluídas 10% das escolas que tiveram menor IDEB e 10% que tiveram melhor índice.

Esta variabilidade aponta para um problema que permeia grande parte das redes de escolas municipais no Brasil: a qualidade da educação oferecida em um município difere muito entre as diferentes escolas. Isto significa que há pouca equidade na oferta de educação para alunos da rede municipal em todo o país, ou seja alunos de um mesmo município tem oportunidades muitos diferentes em relação à educação.

Outra questão apontada pelo estudo é o fato de que, ao se considerar apenas os municípios com 15 ou mais escolas, percebeu-se que foram excluídos os municípios com pior média no IDEB, que estavam num patamar abaixo de 2,5, assim como os melhores, com média acima de 6. A partir disto pode-se concluir que os piores e os melhores resultados do IDEB no Brasil são encontrados em redes com um pequeno número de escolas (menos de 15).   

O estudo apontou também que, ao contrário do que se poderia esperar, não há uma relação clara entre iniqüidade na educação e desigualdade socioeconômica. Municípios que apresentam coeficiente de Gini (que mede o grau de desigualdade) bastante similar possuem coeficientes de variação de rendimento na educação bem diferentes. (MEC)

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