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Familiares das vítimas da violência saem às ruas para pedir paz

Familiares de vítimas da violência foram às ruas ontem pedir paz. A passeata contou com o apoio de sindicalistas, estudantes, e de ativistas dos direitos humanos. Puxados por carros de som e munidos de faixas e cartazes os manifestantes percorreram as principais vias do Centro da cidade, na tentativa de chamar a atenção das autoridades para a problemática.
Entre os presentes, familia-res do adolescente Fabrício Augusto, desaparecido há mais de 40 dias; do agente penitenciário Roney Vidal, executado a tiros em via pública; do professor Marcos Afonso Soares, assassinado e enterrado no quintal da própria casa; e tantos outros que ainda derramam lágrimas pela forma covarde e violenta que pessoas tão queridas foram assassinadas.

O professor Breno Silveira, da Uninorte, lembrou que a mobilização da sociedade é fundamental em qualquer processo de transformação. Para ele, a população não pode deixar na luz do esquecimento os recentes acontecimentos que tem testemunhado como assassinatos e seqüestros de pessoas inocentes.

“Não devemos apenas esperar pelo Estado, também temos de fazer a nossa parte. E é isso que estamos fazendo aqui, demonstrando a nossa insatisfação com a Segurança Pública e o desejo de mudança”, disse.

A dona-de-casa Maria Ambrósia, mãe do soldado Cabral, atropelado e morto quando tentava estacionar a sua motocicleta, também se uniu ao movimento. Ela reclamou da demora na captura do homem que tirou a vida do filho. “Ele era um filho bom, trabalhador, não merecia morrer daquele jeito”, lamentou.

O funcionário Sérgio Costa, tio do garoto Fabrício, era um dos mais ativos do movimento. Desde que o governador Binho Marques (PT) disse à família que estava pessoalmente empenhado nas investigações do desaparecimento do garoto, a família recuou, mas diante os poucos resultados, está de volta, na tentativa de esclarecer de fato o que aconteceu.

“Queremos respostas, nove pessoas já estão presas e nada de concreto se saber sobre o meu sobrinho, não se sabe realmente se ele foi assassinado e o que foi feito com ele”, observou.

Essa não é a primeira vez que familiares e amigos de pessoas vítimas da violência percorrem as ruas da cidade pedindo justiça. Uma grande passeata pela paz foi realizada no ano passado, logo após o trágico assassinato do professor Marcos Afonso. Familiares de Fabrício também realizaram ato idêntico no último dia 19, por ocasião de um mês do desaparecimento do adolescente.

 

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