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Nível baixo do Rio Acre deixa Saerb em alerta

Os meses do “verão amazônico” nem bem começaram e o Rio Acre já apresenta níveis preocupantes para as autoridades responsáveis pelo serviço de abastecimento de água da Capital. Ontem, o rio media 4,54 metros; está a menos da metade verificada no período. Outra preocupação é o índice pluviométrico. Para o mês de abril, na série histórica da Defesa Civil, o volume de chuvas é de 184,4 milímetros, e até o último domingo (25) estava em 100,6 mm.

Os números não são satisfatórios e revelam que medidas urgentes devem ser tomadas para evitar um colapso no serviço de abastecimento de Rio Branco. Para discutir a questão e elaborar estratégias para se antecipar ao pior, amanhã será realizado o Seminário Sobre Segurança no Abastecimento de Água. Especialistas e técnicos vão expor o atual cenário, o que pode acontecer caso nada seja feito e quais as possíveis soluções.

Responsável pela captação, tratamento e distribuição de água, o Saerb (Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco) já estuda as medidas a serem adotadas em caso de o Rio Acre continuar a vazante. O uso de bombas sugadoras em flutuantes é uma forma de não comprometer a captação. “Dependendo do nível até com as bombas extras fica difícil”, explica Semy Ferraz, presidente do Saerb.

A estrutura de reforço normalmente é montada na segunda quinzena de junho. Mas se o clima se comportar dessa maneira, a empresa terá que se antecipar. O Saerb estuda a possibilidade de ter que represar o rio caso o nível fique abaixo de 1,64 metros. A medida drástica faz parte do plano de contingência que a prefeitura mantém. Ferraz diz não acreditar na possibilidade de a única fonte de abastecimento da cidade se esgotar por completo.

Mas como nenhuma hipótese pode ser descartada, o presidente afirma que uma das alternativas numa eventual catástrofe é a exploração dos recursos hídricos do aqüífero de Rio Branco. Com verbas do Governo Federal, a prefeitura irá perfurar poços para analisar o potencial dos poços. “Não podemos afirmar com segurança de que [o aqüífero] será capaz de sozinho manter o abastecimento da cidade”, analisa Ferraz.

O reforço na captação durante os meses do “verão amazônico” acarreta em mais gastos para os cofres do município. Somente ano passado a prefeitura investiu R$ 300 mil para montar a estrutura dos flutuantes. Além disso, o consumo de energia aumenta. Outro problema que compromete o abastecimento é o desperdício. O consumo médio de cada imóvel cadastrado é de 500 litros por dia. O volume de água que se perde das estações até os imóveis é de 1.450 litros.

Uma das formas de evitar essa perca grande é melhorar a rede de distribuição. Com 46 mil casas cadastradas, o Saerb tem uma capacidade de produção para uma cidade com mais de 400 mil habitantes. O último censo aponta uma população de pouco mais de 300 mil em Rio Branco. São 86 milhões de litros produzidos diariamente. “Nosso maior problemas não é a produção, mas o distribuição”, reconhece Ferraz.   

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