Dois pareceres encaminhados, ontem, ao comando de greve dos professores licenciados pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) e a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) devem mudar o tom do diálogo entre os manifestantes e a equipe econômica do governo.
Além da conhecida alegação de que o Estado está impedido de conceder reajuste em virtude do pleito eleitoral que se avizinha, o governo se agarra a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para convencer os servidores.
O novo argumento, oficializado através dos pareceres, é que o limite de gastos com pessoal permitido pela LRF é de 49,55% e que destes 49,10% já estão comprometidos. Diante essa alegação, a direção do Sindicato dos Professores Licenciados do Acre (Sinplac) decidiu adiar a reunião com o governo, prevista para ontem, e só voltar a nego-ciar quando tiver a exata dimensão do que isso significa em números práticos.
Ontem mesmo, o Sinplac convocou seus técnicos para realizar uma projeção para saber se os 10,96% exigidos pela categoria se enquadram na sobra que o governo alega ter para investir, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Com isso, o novo encontro entre a categoria e a equipe do governo só deve acontecer na próxima quinta-feira. Durante todo o dia de ontem, os manifestantes se concentraram em frente à sede da Assembléia Legislativa.
A presidente do Sinplac, Alcilene Gurgel, lamentou o fato de muitos professores estarem resistindo ao movimento e optando em ficar em sala de aula, mas disse acreditar que no momento certo eles vão aderir ao movimento. Segundo ela, a greve continua por tempo indeterminado.