Preservar a história é manter viva a identidade de um povo. É com esse foco, o de manter e valorizar a história, que o Departamento de Patrimônio Histórico do Acre, ligado à Fundação de Cultura Elias Mansour, firmou uma importante parceria com o Instituto de Estudos Históricos do Pacífico, com sede no Peru, para preservação do acervo bélico existente na região. Armamentos e outros materiais encontrados hoje em museus acreanos são resquícios da Revolução Acreana, ocorrida no Estado no fim do século XIX e início do século XX.
O Protocolo de Intenções foi firmado no último dia 6 e, segundo a Chefe do Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural, Suely Melo, vai permitir o desenvolvimento de atividades de formação de pessoal técnico e pesquisas arqueológicas no Estado. “O Instituto de Estudos Históricos do Pacífico vai oferecer um curso de preservação de acervo e treinamento da equipe do Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural da FEM em pesquisa de campo”, explica.
Segundo o diretor do Instituto, Francisco Pantigoso, uma das especialidades do centro de pesquisa do Peru é a preservação de materiais de metal, como o ferro. O centro é considerado o melhor museu de armamento e ferros de guerra reconhecido internacionalmente.
“Em Lima há uma pesquisa de quase 30 anos para conservação de materiais de guerra, com líquidos químicos que impedem a corrosão do tempo. Queremos trazer essa experiência para o Acre, sem nenhum interesse econômico, mas no sentido de fortalecer nossa parceria com este Estado vizinho, aproveitando essa maior aproximação com os voos regulares entre o Acre e o Peru”, afirmou.
A pesquisa na área de preservação de acervo bélico tem como foco o município de Porto Acre e o Seringal Bom Destino, sede das batalhas. Os representantes do Instituto também farão um trabalho de prospecção das trincheiras da guerra no Acre para descobrir novos objetos.
“Fiquei impressionado com essa história do Acre. Imaginar uma guerra naquela floresta é algo incrível, que exigiu muito sacrifício dos soldados, com certeza. E é importante que os acreanos mantenham viva essa história de luta, que foi determinante para a formação deste Estado”, avalia Pantigoso. (Agência de Notícias do Acre)