As praças Eurico Gaspar Dutra e Povos da Floresta, situadas em frente à Aleac, foram tomadas ontem de manhã por movimentos grevistas. Em uníssono, centenas de professores, administradores, auxiliares, secretários, economistas, técnicos ambientais e agrários do Governo do Estado e da União se uniram para reivindicar os seus direitos e cobrar da administração pública a melhoria de suas condições salariais e trabalhistas.
Como se não fosse suficiente, do outro lado da rua, no Senadinho, mais protestos sindicais dos trabalhadores da Administração Direta do Governo ecoaram pelo Centro.
No total, foram mais de 15 categorias paradas das autarquias federais (Ibama, ICMbio, MTE/ DRT, Incra e – em negociação – a AGU e a Funasa) e das secreta-rias/órgãos estaduais (professores licenciados, Secretaria de Gestão Administrativa, Secretaria de Planejamento, Acreprevidência e Gabinete Civil).
Numa estimativa básica, somando todas as classes que aderiram à greve, são cerca de 2.930 trabalhadores de braços cruzados: 2.000 do Sinplac; 110 do Assibama/ICMbio; 319 do Assincra; 500 da administração do Governo e 34 da DRT. Tal montante não leva em conta a margem de 30% de efetivos que devem ser mantidos em greve, já que este percentual só é creditado a certas categorias (consideradas ‘serviços essenciais’).
Greves no Governo do Estado
Sinplac – Os professores licenciados da rede pública de ensino estão em greve desde o dia 15 deste mês. A reivindicação prioritária é o reajuste salarial de 10,96% referente a dois anos de índice de inflação da classe (pedido inicial era 15%, mas foi negado devido à proibição da legislação eleitoral). Os educadores também cobram aumentos nas gratificações para os professores de nível superior (7,5% para 10% aos especializados; 15 para 20% aos mestres; de 20 para 25% aos doutores); reforço de segurança nas escolas; o fim da desigualdade para com os professores fora de salas de aula; entre outros.
A classe está dividida quanto à greve, mas a tendência é que cada vez mais educadores deixem as salas de aulas. O Sinplac tem reunião com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sin-teac) na próxima quinta, dia 27, que decidirá se toda a rede cruzará ou não os braços. Ainda ontem, no final da tarde, o Sinplac também se reuniu com o governo, mas não chegou a um acordo em relação aos pareceres encaminhados à PGE e à Sefaz.
Sindsat – Os servidores da Administração Direta do Governo do Estado totalizam 23 categorias, das quais 4 (SGA, Seplan, Acreprevidência e Gabinete Civil) deflagraram a greve desde a última terca-feira, dia 20. Ontem, mais 2 classes (arquivo e informática) se juntou ao movimento. Os servidores pedem a reformulação do PCCR (Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações) de 2001, que já trouxe perda de 63,03% nos salários da classe (51,06% de poder de compra), além da concessão do reajuste anual de 4,7% (superior) também aos servidores de nível médio. Eles terão reunião para negociar com o governo hoje, às 10h. Dependendo desse acordo, a greve pode acabar ou mais classes podem se juntar a eles
Paralisação dos servidores federais
Ibama/ICMbio – Os servidores de escritório, especialistas e técnicos ambientais do Ibama e ICMbio estão em greve e aderiram à paralisação nacional para expor problemas de atuação das duas autarquias. Eles cobram da União a negociação para um plano de carreiras que garanta mais isonomia salarial, gratificação para quem atua na região Norte (acabar com evasão de servidores) e o fim do sucateamento das unidades do interior do Estado. Além destes, outro item na pauta do Assibama é a não aprovação do Projeto de Lei, PLP, no 549/09 (congelamento do salário de servidores federais por 10 anos).
Incra – Os trabalhadores do Incra ainda não aderiram à greve. Eles entraram no Dia Nacional de Paralisação ontem como aviso às suas reivindicações sindicais. Entre elas, estão: igualdade salarial entre classes, restruturação da tabela com a gratificação de qualificação, Registro Titulação, aparelhar as remunerações de inativos com ativos (30% diferença), benefício para agentes do Norte e não aprovação do PLP 9.020 (criação de carreiras transversais com mérito para 5 categorias e demérito para as demais). A superintendencia local do Incra deve ter alguma decisão sobre a greve após a reunião da próxima segunda-feira, dia 26.
DRT/ MTE – Os servidores administrativos da Delegacia Regional de Trabalho já estão com a greve instalada desde 12 de março. A principal cobrança deles é a implementação do plano de carreiras específico para a categoria. Além disso, eles pedem a contratação de mais efetivos para a classe e igualdade salarial para os fiscais do MTE. Com 10 dias de greve, estima-se que mais de 400 carteiras de trabalho não tenham sido emitidas.
AGU e Funasa – Conforme Pedro Vieira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Sindsep), a Fundação Nacional de Saúde Indígena (Funasa) e a Advocacia-Geral da União (AGU) também foram convocadas para a paralisação. Eles ainda não aderiram de vez ao movimento, pois estão em processo de negociação.