Um trecho de quase 8 metros da Rua Floriano Peixoto, no Centro da cidade, em frente ao Colégio São José e ao Sesc, está com uma de suas ‘mãos’ interditada. O trajeto teve a sua estrutura (sustentação, asfalto e calçada) comprometida em função da forte ação erosiva no solo da área e da passagem de veículos pesados (acima de 15 t: carretas, caçambas e caminhões). A rua ficará interditada até que acabe este período final – e não menos intenso – de chuvas, o que provavelmente só acontecerá na metade deste mês.
Segundo o secretário executivo da Defesa Civil Estadual (Cedec), coronel José Ivo, a deterioração do barranco na região começou a acontecer desde sexta-feira, quando as chuvas voltaram a cair com força total na cidade. Na tarde de anteontem, a rua já começou a dar os primeiros indícios de comprometimento. No entanto, foi na madrugada de terça para ontem que ela cedeu de vez e afundou cerca de 20 cm.
“Esta é uma área instável que requer atenção especial de todos. Desde os anos 80, o leito do Rio Acre sempre muda e com isso vai fazendo o barranco ceder. Porém, muitos caminhões passavam por aqui toda hora, sendo que isto é proibido. Há até placa de sinalização para tanto. Agora, precisamos fechar esta parte da rua para preservá-la até a época de estiagem, quando poderemos fazer as reconstruções necessárias, recapeando o asfalto e refazendo a calçada”, afirmou o coronel João Oliveira, secretário da Cedec.
Com o bloqueio feito pela Defesa Civil e Rbtrans, o acesso de motos e carros de pequeno porte não foi proibido. Contudo, o trânsito teve de ser comprimido, já que continua sendo realizado em apenas uma das mãos da avenida. Assim, é recomendável que os motoristas evitem trafegar com a mesma freqüência pelo local para não causar engarrafamentos, usando outras rotas de passagem pela Av. Ceará ou Getúlio Vargas.
Além de prejudicar as ruas, os deslizamentos de terra provocados pelas últimas chuvas já causaram outros danos à Capital. Por causa deles, 33 casas do Preventório e Seis de Agosto já foram deslocadas. Deste montante de famílias, algumas se mudaram para os lares de parentes, enquanto 12 estão acolhidas no Parque de Exposições. Estima-se que outras 375 casas ainda estejam em risco nestes 2 bairros e no Cadeia Velha.
Rio Acre começa a se estabilizar novamente
Após quase cinco dias de subidas, o Rio Acre começou a se estabilizar entre a madrugada de terça para ontem, quando desceu 12 cm e ficou na marca dos 12,30 m (1,3 m abaixo da Cota de Alerta de Rio Branco). Outro bom sinal da manutenção do nível é que as cabeceiras do rio (Assis Brasil, Xapuri, Brasiléia e Riozinho do Rola) também tiveram quedas. Até em Sena Madureira, que está em estado de transbordamento, já começaram a haver baixas.
Águas de igarapés começam a descer
Outra preocupação a menos para a Defesa Civil foram os igarapés Batista e São Francisco, que haviam transbordado por conta das chuvas e ameaçado a casa de 500 famílias (2 mil pessoas) em mais de 5 lugares da Capital. De acordo com o secretário executivo da Cedec, as águas dos igarapés já devem ter atingido o seu volume máximo e agora começaram a descer até o seu nível normal. Assim, as famílias desalojadas pelas águas dos dois cursores devem retornar em breve para casa.