A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa (Aleac) que investiga crimes de abuso e exploração sexual contra menores vai encaminhar à Justiça, nesta quinta-feira, 15, uma representação contra Jessé Lins, acusado de abusar sexualmente de seu enteado, o menor J.V.R.R, de seis anos, em Capixaba.
Na prática, a CPI vai pedir que a Justiça determine a prisão preventiva do acusado. A decisão foi tomada logo após o depoimento de Jessé Lins, que aconteceu na tarde de ontem, 14.
De acordo com o presidente da CPI, deputado Luiz Tchê (PDT), além das denúncias apresentadas pela avó do garoto, Maria Paixão, e do “depoimento sem dano” do menor, o acusado não soube explicar uma série de fatos durante seu depoimento, deixando dúvidas sobre sua inocência.
“Existe uma série de contradições que ficaram comprovadas durante o depoimento do acusado. Temos outras provas como os depoimentos de outras testemunhas, inclusive do menor. Agora vamos encaminhar uma representação para Justiça, para que sejam tomadas as medidas necessárias e legais”, explicou.
O relator da CPI, deputado Donald Fernandes (PSDB) disse que o depoimento de Jessé Lins foi marcado por respostas vazias, sem que o acusado provasse sua inocência, apresentando provas concretas.
“Foi um depoimento cheio de respostas vazias, que gerou muitas dúvidas e questionamentos. Ele chegou a dizer que tinha pesquisado na internet sobre o comportamento de um pedófilo, para se defender. Vamos pedir que a Justiça determine sua prisão preventiva, apresentando as provas que temos”, disse.
Para a deputada Antônia Sales (PMDB) o depoimento de Jessé Lins foi importante para que a CPI possa tomar outras providências em relação ao caso.
Ela lembrou que todo trabalho está sendo feito dentro da legalidade e seguindo um cronograma estabelecido para evitar que crimes fiquem impunes. Depois de ser ouvido pelos membros da CPI, o acusado saiu sem falar com a imprensa.
Francisco Pianko será ouvido dia 28
Os membros da CPI também decidiram ouvir o assessor especial do Governo do Estado para os povos indígenas, Francisco Pianko, no dia 28 de abril. Ele é acusado de abusar de ín-dias menores em aldeias.
A intenção, de acordo com o presidente da CPI, deputado Luiz Tchê (PDT) é ouvir o acusado e concluir o processo. “Já ouvimos alguns depoimentos e agora vamos ouvir o acusado. Nossa intenção é apurar bem o caso e garantir que os fatos sejam esclarecidos”, disse.
Em depoimento à CPI, em agosto de 2009, a índia Letícia Yawanawá afirmou que Francisco Pianko, teria abusado sexualmente de duas índias dentro das próprias aldeias. Ela também revelou que o assessor tentou seduzir outras duas índias menores.
(Rutemberg Crispim / A Gazeta.net)