Depois de muitas conversas e negociações, a Frente Popular (FPA) consolidou ontem a sua chapa que concorrerá ao Senado Federal nas eleições de outubro próximo. Com vários nomes dispostos a dividir com Jorge Viana (PT) a disputa, a cúpula da aliança governista fez uma série de costuras políticas para evitar cisões. Após o deputado federal Fernando Melo (PT) ceder, agora foi a vez do Partido Verde deixar o caminho livre para o PCdoB formar com os petistas a chapa ao Senado. Há seis meses do pleito, o cenário com Jorge Viana e Edvaldo Magalhães está consolidado.
A legenda pretendia concorrer com o recém filiado deputado federal Henrique Afonso. No Acre, os verdes estão em um ritmo de crescimento com a chegada de sua militante mais ilustre, a senadora Marina Silva, pré-candidata à Presidência da República. Para evitar descontentamentos dos verdes, que desejam mais espaços, a cúpula da Frente Popular foi ao diretório agradecer a retirada da candidatura ao Senado e enaltecer a unidade dentro da coligação.
O encontro reuniu o governador Binho Marques, o vice Cesar Messias, o senador Tião Viana, candidato da FPA ao Governo do Estado, além da executiva regional do PV. Após reunião fechada, os líderes fizeram o tradicional discurso de elogios a ambas as partes e enaltecer a união em torno de 15 partidos. Henrique Afonso destacou que a unidade só é possível graças a uma linguagem única dentro da aliança.
“Entendemos que a candidatura do deputado Edvaldo Magalhães é que tem o maior consenso dentro da Frente Popular”, diz Afonso. Segundo ele, a proposta de disputa ao Senado pelo PV não tinha como intenção criar divisões, mas de estimular a discussão de idéias e propostas. “Nós [os verdes] somos responsáveis por essa unificação harmoniosa”. “Esse momento não marca a desistência ou renúncia de uma candidatura, mas de fortalecimento de um projeto”, esclarece.
Quanto ao seu futuro político, Afonso diz que discutirá junto com família e amigos se disputará mais uma vez a Câmara dos Deputados. Se depender do governador Binho Marques, esse será o destino dele. Binho pediu que o parlamentar continue no Congresso ajudando o Acre com alocação de recursos para projetos nas mais distintas áreas. “Eu não consigo imaginar o nosso trabalho sem o apoio do Afonso na bancada federal”, ponderá Binho.
“Ele [Henrique Afonso] reú-ne as melhores condições de uma grande inteligência política que temos no Acre, e é o construtor da base da Frente Popular. Ele pratica a vida pública com responsabilidade, competência e ética”, completa o senador Tião Viana.
O governador Binho Marques reconhece, ainda, que o parlamentar verde tem todos os méritos para ser um senador, assim como o PV tem condições de reivindicar a segunda vaga, mas a escolha depende da análise do momento político.