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Situação dos agentes preocupa deputados na Aleac

O clima quente dos mais recentes dias em Rio Branco parece ter afetado os movimentos sociais e políticos do Estado. Ontem, em frente ao prédio da Aleac, os dois sindicatos dos trabalhadores em Educação debatiam a situação da categoria. O som dos auto-falantes que invadiu o plenário da Casa Legislativa esquentou ainda mais o debate entre os parlamentares.
Os três principais temas tratados por oposição e situação foram as questões da Segurança Pública, o recente assassinato de um agente penitenciário e os problemas que surgiram na ponte do Rio Caeté na BR-364, próximo a Sena Madureira.

O líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB) fez um alerta em relação aos problemas vivenciados pelos agentes penitenciários que ameaçam entrar em greve. “Há um clima de confronto e isso é terrível para a sociedade acreana, para os presos e as suas famílias. O presidente do sindicato dos agentes fez declarações muito fortes dizendo que tem que haver reações. Segundo ele, se não prenderem logo os assassinos haverá 880 agentes caçando os criminosos. Me preocupo com isso.

Estou defendendo um diá-logo permanente do Governo com os agente penitenciários que estão anunciando uma provável greve. Acho isso inadequado no momento desse confronto porque aqui fora a gente ainda não sabe o que está acontecendo. Não sabemos se foi um crime de vingança ligado a grupos de presidiários ou se foi passional. Precisamos ter uma investigação e uma solução da polícia para tomarmos uma posição mais clara. Até lá temos que levantar as pautas das negociações já realizadas com os agentes para ver o que é possível atender. Mas acho que é muito ruim que num momento de aflição da família do que foi assassinado se discutir greve”, afirmou.

O início do estopim, para o parlamentar, comunista foram as comemorações de alguns reeducandos depois do anúncio da morte do agente. “Nós ouvimos falar que havia comemorações dos presos e isso nos preocupou porque cria um clima de confronto. Os agentes podem querer revidar e os presos quererem reagir. Tudo isso é muito ruim. É preciso radicalizar no diálogo entre os agentes e o Governo e que seja feita a prisão dos assassinos o mais rápido possível”, preveniu.

O deputado Luiz Calixto (PSL) concordou com as preo-cupações do líder governista. “A penitenciária é sempre um barril de pólvora e o Governo está contribuindo para a sua explosão. Há menos de 40 dias foi feito uma reunião com os agentes penitenciários e formulada uma pauta de compromissos que não teve nem a metade cumprida. O Governo tem que honrar a sua palavra caso contrário nós teremos uma explosão dentro do sistema penitenciário do Acre. Veja o exemplo das reeducandas do Francisco de Oliveira Conde que estão protestando por falta de água um elemento básico e fácil de ser resolvido”, destacou.

O deputado Thaumaturgo Lima (PT) concorda que a situação nas penitenciárias é preocupante, mas não acredita num conflito. “Essa situação que ocorreu no Iapen reconhecemos que é complicada. O Governo através da Segurança Pública e das suas polícias está tomando as devidas providências para solucionar o caso. Os nossos presídios são os que têm menores índices de rebelião no Brasil. Acredito que não vai haver retaliações porque os agentes penitenciários são treinados e capacitados para trabalhar. Não acredito que em qualquer momento eles possam se rebelar para fazer uma revanche junto aos presidiá-rios do Francisco de Oliveira Conde. Eles vão entrar novamente em negociação com o Governo para evitar que um fato como esse do assassinato possa ocorrer no futuro”, avaliou.

Ponte do Caeté gera polêmica
Outro assunto amplamente debatido entre oposicionistas e governistas foi o incidente que ocorreu com a ponte do Rio Caeté, na BR-364. O deputado Mazinho Serafim (PSDB) fez pesadas críticas à obra. “Sábado a ponte do Rio Caeté cedeu e no domingo arriou de vez. O pilar central afundou em torno de 40 cm. O problema foi com a sapata que sustenta a obra. A ponte está condenada porque não se tem mais como trabalhar numa ponte com o pilar central comprometido.

O jeito é destruir aquele pilar e fazer um novo vão central. Uma ponte que foi inaugurada há um ano e meio atrás e custou R$ 12 milhões numa estrada que ainda nem abriu. Essa não é a primeira. A ponte do Macapá também já caiu e a do Iaco deixou o povo de Sena Madureira isolado por conta uma reforma irresponsável. Mas o pior é que quando cheguei perto da ponte do Caeté perguntei para o presidente do Deracre, Marcos Alexandre, como o povo iria passar para o outro lado. Ele me olhou e disse que quem não tivesse barco o jeito era ir a nado. Isso não é resposta de um secretário de Estado”, protestou. 

Já os parlamentares governistas apresentam outra versão sobre a ponte. Moisés Diniz garantiu que o presidente do Deracre jamais disse aquelas palavras irônicas ao deputado tucano. “Houve uma movimentação de terra no barranco e a empresa está trabalhando para salvar a ponte. Aconteceu algo parecido na passarela Joaquim Macedo que foi solucionado. Não queremos fazer nenhum pré-julgamento porque vai sair um laudo técnico do que ocorreu se foi uma falha da empresa ou uma ação natural. Quanto à agressão verbal o Marcos Alexandre me contou que houve foi um bate-boca e o deputado Mazinho se exaltou”, garantiu.

Outro que fez a defesa da ponte foi o líder do PT, Ney Amorim. “O deputado Mazinho chegou a dizer que ponte teria caído. Mas na verdade não caiu. Houve uma movimentação do solo e por conta disso o Deracre, por questão de segurança, interditou a ponte e está criando vias alternativas para que o tráfego possa continuar. Conversei com o Marcos Alexandre que já avisou que será feita uma ponte alternativa até o próximo final de semana enquanto os técnicos avaliam a ponte do Caeté. E aí o Deracre terá uma posição oficial da situação”, salientou.

Segurança Pública em pauta
Um discurso do deputado Delorgem Campos (PSB) sobre uma possível convocação do Exército Brasileiro na fronteira do Acre com a Bolívia colocou a oposição em polvorosa. Eles acusaram o socialista de não acreditar nas forças policiais do Governo que defende. Delorgem explicou: “o meu discurso não fugiu do que tenho falado. É unir os aparelhos militares para defender a fronteira. O Exército deve e pode atuar na fronteira. Nesse sentido o ministro Jobim está facilitando para que haja uma colaboração naquela fronteira de Brasiléia. Se as portas de uma casa está aberta todo mundo pode entrar e nós temos uma faixa fronteiriça muito extensa. Estou colocando que o Exército atuará no seu papel militar e não para substituir os PMs pelos soldados. Mas só a presença do Exército inibe a ação dos traficantes”, ressaltou.

Defensoria pública mais aparelhada
Outro que reclamou foi o deputado Gilberto Diniz (PTdoB). Ele fez severas críticas à falta de infra-estrutura da Defensoria Púbica em Sena Madureira. “A falta de um atendimento adequado na Defensoria Pública, em Sena Madureira, é um reflexo do que está acontecendo em todo o Estado. Lá só tem um defensor público para atender os três municípios do Purus. O que acontece são filas enormes e gente dormindo de domingo para segunda na esperança de conseguir uma ficha para ser atendido. Temos três promotores de Justiça contra um defensor. Ele não tem sequer um assistente jurídico que é na verdade um eletricista.

 Fica aquele corre-corre. As pessoas têm que acampar em frente da Defensoria. E quando o dia amanhece chegam às gestantes e os idosos que tem preferência que tomam as únicas 15 fichas. Tanto quanto a saúde pública a Defensoria corre no mesmo viés. Quem não tem condições de pagar busca o serviço dos defensores. Infelizmente a nossa Defensoria não tem estrutura para atender a nossa população”, protestou.

 

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