Educação Profissional! Certamente você já deve ter ouvido este termo em algum discurso político superficial. Agora é a hora de sair de noções básicas para compreender de verdade o que prega tal rede. Arregimentada pela LDB da Educação em meados dos anos 90 (substituição de Escolas Técnicas), a Educação Profissional e Tecnológica é um meio de garantir o acesso de jovens e trabalhadores ao mercado de trabalho. Assim, ela é capaz de qualificar a força do trabalhador e liquidar as carências mercadológicas, como o desemprego, dependência do poder público, má distribuição de renda, etc.
Por tal razão, a corrente educacional tem sido a maior aposta do presidente Lula. Na última década, a União dobrou esta rede, saindo de 106 para quase 300 escolas/Cefets (Centro Federal de Educação Tecnológica), deixando o investimento de R$ 600 milhões para um com valor superior a R$ 1,1 bi. No Acre, o novo Plano de Educação Profissional (PEP) formulado pelo Instituto Dom Moacyr (IDM) – entidade pública responsável pela aplicação do aprendizado em questão – visa praticamente dobrar a rede até 2016.
Segundo o diretor-presidente do instituto, Irailton Lima, o Estado passa por um momento altamente favorável ao avanço do ensino profissionalizante. Por isso, o PEP 2009/16 foi elaborado em agosto do ano passado para consolidar de vez a rede em todos os sentidos. Para se ter idéia da extensão do plano, o Acre atende hoje 7,6 mil alunos em 4 centros tecnológicos: Serviços/Campos Pereira; Floresta/ Roberval Cardoso e Ceflora; Saúde/ Maria M. da Rocha. Até 2016, a rede será ampliada para 10 escolas que atingirão mais de 13 mil acreanos de 16 anos para cima, concluintes do Ensino Médio (PEA).
“Educação Profissional é a aproximação da necessidade que a empresa tem de achar um funcionário capacitado com o do trabalhador de cada vez mais ser qualificado para se firmar no mercado. Aqui, a chamada ‘elite’ ainda tem as formações mais altas, o que faz as classes desfavorecidas perpetuarem a miséria. Por isso, nossa meta é melhorar as forças de trabalhos para mudar este panorama e despertar a competitividade, através de cursos próprios da realidade de cada lugar. Assim, eu acredito que este novo plano motivará muitos acreanos a buscar o crescimento profissio-nal”, avaliou Irailton.
Para tamanho compromisso, investimento é que não será problema. Como maior reflexo da funcionalidade do PEP, o Instituto Dom Moacyr já recebeu o montante de R$ 38.790.861,75, firmado através de um convênio entre o Governo e o MEC, no dia 30 de março, para pôr em prática um turbilhão de planos. Tal recurso, explicou Irailton, será aplicado em reformas dos centros de Rio Branco e na construção de escolas em Sena Madureira, Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Plácido de Castro, Brasiléia e Xapuri.
Desta forma, o presidente do IDM garante que o ensino profissionalizante chegará a todas as regionais do Acre. E, mais do que o alcance físico, as escolas servirão como construtores de oportunidades para qualificação de trabalhadores destes seis municípios. “Isto é, o grande desafio do PEP é descentralizar e fortalecer a extensão da rede, com a missão de atender a comunidades com problemas sociais distantes da Capital”, afirmou.
Como passo inicial, o IDM instalará cursos de Técnico Agroflorestal e Agroecologia. A escolha destes 2 ensinos é baseada na identificação das melhores disciplinas e campos de atuação exigidos pelo mercado de trabalho de cada localidade. No caso, trata-se da aposta no modelo sustentável de Economia. “Eu acho que um grande problema nacional dos Cefets é a falta de planejamento. Por isso, o nosso PEP foi montado durante 1 ano e meio para valorizar o que cada região do Acre tem de melhor”, completou Irailton.
A Inclusão Digital de comunidades carentes do Acre é uma das bases do instituto
Adesão ao Programa Brasil Profissionalizado
Outra grande preocupação do Plano de Educação Profissional 2009/2016 acreano é trabalhar em sincronia com a meta prioritária do Programa Brasil Profissionalizado, o PBP. Trata-se do estabelecimento de números/resultados para avaliar a real eficácia dos seus cursos (assim como vantagens e deficiências) junto ao mercado de trabalho.
Em âmbito nacional, o ideal é fazer com que pelo menos 30% dos jovens que saem da rede de Educação Profissional obtenham sucesso e consigam se firmar em um emprego. No cenário local, Irailton Lima comenta que o objetivo do IDM é alcançar o mesmo para com a sua População Economicamente Ativa (PEA) matriculada.
“O primeiro grande desafio do IDM, assim como as autarquias de todos os demais estados brasileiros, é trazer 5% do total da sua PEA para escolas tecnológicas por ano. Por si só, esta já é uma realidade difícil de ser alcançada. Daí, surge este outro grande desafio de assegurar que tal percentual da PEA saia bem preparado para conquistar o mercado. Por isso, eu acho muito importante que continuemos a expandir a nossa rede até atingirmos uma adesão cada vez maior de jovens e trabalhadores locais”, declarou.
Neste processo de extensão, o diretor-presidente ressaltou que a arma mais poderosa do IDM é o comprometimento com o desenvolvimento regional (políticas econômicas/ambientais), partindo dos princípios básicos de respeitar a Cultura acreana e fomentar a plena cidadania. Segundo ele, a maior missão do instituto é se tornar uma referência brasileira, promovendo a educação profissionalizante para os jovens e os trabalhadores em face do progresso das políticas de desenvolvimento regional.
Capacitação de jovens para o mercado é o objetivo da EP
A gerência da SEE que conquistou a sua autonomia
O Instituto de Desenvolvimento da Educação Profissional Dom Moacyr (IDM) é a maior prova da evolução acreana para um novo cenário das suas relações de trabalho. A idéia para o IDM começou no governo de Jorge Viana, em 2000, com a criação de uma gerência específica de ações para o incentivo da Educação Profissional no Estado. Tratava-se da Gepro, uma divisão da Secretaria Estadual de Educação (SEE) que já era um reflexo característico das políticas trabalhistas do presidente Lula!
A Gepro passou a atuar captando recursos que o Governo Estadual destinava à Educação para investir no crescimento intelectual e prático do trabalhador acreano (o ‘capital humano’). O trabalho da gerência funcionava bem, com um grande objetivo e responsabilidade nas mãos. Contudo, era incompleto e restrito. Como toda revolução trabalhista exige o máximo de abertura (econômica, administrativa e pedagógica), era preciso superar as suas limitações para estender o projeto.
Foi daí que, em dezembro de 2005, através da Lei 1.695, a Gepro foi elevada à categoria de autarquia estadual e passou a se chamar Instituto Dom Moacyr. Com isso, a Educação Profissional do IDM tornou-se uma área completamente desassociada do ensino promovido pelo nível médio (preparatório para o vestibular), fun-cionando quase como um tipo de ‘modelo paralelo’ ao nível Superior (Ufac).
O Instituto Dom Moacyr nasceu como gerência e depois conquistou sua autonomia
Avanço da nova ‘revolução trabalhista’ acreana
Ainda filiado à SEE, mas com independência absoluta, o Instituto Dom Moacyr fez com que o sonho de educar o acrea-no profissionalmente superasse todas as barreiras burocráticas. A maior prova disso pode ser atestada nos recursos do instituto. Conforme o diretor-presidente Irailton Lima, em 2005 o IDM começou com o orçamento anual de R$ 24 milhões, adquiridos através da captação de 80% de recursos próprios do Estado e somente 20% junto à União.
Atualmente, tal quantia gira em torno de R$ 50 milhões e já é alcançada com apenas 20% de participação do Governo local e 80% das parcerias federativas junto ao Sebrae e Ministérios da Educação (MEC), Saúde (MS), Trabalho (MTE), Ciências e Tecnologia (MCT). Até 2016, a expectativa do IDM é de ultrapassar a receita dos R$ 200 milhões (4 vezes o que é hoje) só para investir na qualidade e ampliação desta ‘revolução trabalhista’ do Acre, prova da boa gestão de políticas públicas do instituto.
“Com certeza, o motivo para o nosso crescimento foram as políticas operativas, o ritmo intenso dos educadores, as temáticas funcionais dos cursos (desenvolvimento sustentável, inclusão social, digital, etc) e os resultados que viemos adquirindo nestes últimos 5 anos. O nosso trabalho sempre foi muito correto e fundamentado em um planejamento voltado às reais necessidades do nosso público-alvo. É por isso que eu acredito que o IDM tem tudo para estender ainda mais esta rede acreana”, destacou
Escolas oferecem suporte para profissionalização dos alunos
Os cursos do Instituto Dom Moacyr
Divididos atualmente em 3 áreas de atuação para 4 centros tecnológicos, os mais de 30 cursos do IDM dispõem de todo o aparato estrutural (salas de aula, laboratórios, cozinhas e refeitórios, auditórios, alojamentos, materiais, pátios e outros espaços físicos de atividades práticas) e humano (docentes, administradores, coordenadores, pedagogos, educadores, etc) para garantir uma boa formação profissionalizante. Estes cursos são:
SERVIÇOS (Escola Campos Pereira)
Consultor de Vendas; Empreendedorismo; Manutenção de Microcomputadores; Secretariado; Gestão de Pessoas; Assistente Contábil; Atendimento ao Cliente (Gestão); Recepção Turística; Garçom; Recepção Hoteleira; Atendimento ao Cliente (Turismo); Informática Básica; Web Design Básico e Avançado; Corel Draw; Adobe Photoshop CS2; Adobe Flash CS3; Excel Avançado; Linguagem de Programação Delphi; Linux (Sistema Operacional); Redação para Rádio; Diagramador; Espanhol Básico; Jornal Comunitário.
SAÚDE (Escola Maria Moreira da Rocha)
Auxiliar em Enfermagem; Técnico em Enfermagem; Técnico em Higie-ne Bucal (Odontologia), Técnico em Análises Clínicas (Biodiagnóstico); Técnico Agente Comunitário de Saúde (ACS).