É até redundante enfatizar a importância dessa obra para o Brasil, a Região Norte e todo o país. Juntamente com a Rodovia Transoceânica, em fase final de obras, a ferrovia constituirá um complexo de logística fundamental para as exportações brasileiras e o estabelecimento de um fluxo eficiente de transportes dentro do próprio território nacional. Permitirá, por exemplo, que as empresas do Acre ganhem significativa competitividade no comércio interno e no mercado internacional, considerando que o preço do frete para distâncias longas representa sensível impacto no custo.
Pois bem, a despeito de sua relevância e de o trecho referente ao Acre estar incluído, por força de lei, no escopo da concessão outorgada à Valec, a obra tem sido objeto de informações desencontradas e conflitantes. É natural que num ano de eleições, como o que estamos vivendo, projetos de envergadura despertem a atenção dos candidatos a cargos eletivos e passem a integrar as pautas das discussões políticas.
É saudável que isso ocorra, pois se abrem oportunidades à sociedade de esclarecer todas as dúvidas sobre projetos e propostas relativas aos interesses da população, da economia, dos trabalhadores e das empresas. No caso específico da Ferrovia Transcontinental, é imprescindível tornar definitivamente claro o atual status da obra, reiterar o seu traçado, definir seu cronograma e pôr fim às informações desconexas.
Nesse sentido, devemos cobrar uma posição, não só do governo, mas também dos candidatos à Presidência da República. Afinal, será importante o seu comprometimento com a construção de uma ferrovia com impacto histórico no sistema brasileiro de transportes. O Acre, os estados do Norte e todas as regiões contempladas não podem ficar sob incertezas e indefinições quanto a um projeto cuja magnitude implica transformações significativas, planejamento e investimentos. Este será tema obrigatório no debate eleitoral de 2010.
*João Francisco Salomão é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre – Fieac (salomão@fieac.org.br).