2 de julho de 2025
Jornal A Gazeta do Acre

GAZETA 93,3FM Ouça agora

Sem resultados
View All Result
  • Capa
  • Últimas Notícias
  • POLICIA
  • Geral
  • POLÍTICA
  • Colunas & Artigos
    • Roberta D’Albuquerque
    • O prazer é todo meu
    • Marcela Mastrangelo
    • Beth Passos
  • Social
    • Márcia Abreu
    • Giuliana Evangelista
    • Beth News
    • Jackie Pinheiro
    • Roberta Lima
    • Gazeta Estilo
  • Publicações Legais
    • Publicações Legais
    • Comunicados
    • Avisos
    • Editais
Jornal A Gazeta do Acre

GAZETA 93,3FM Ouça agora

2 de julho de 2025
Sem resultados
View All Result
Jornal A Gazeta do Acre
Sem resultados
View All Result

Notas sobre a grande seca de 1932

paula por paula
06/05/2010 - 18:38
Manda no zap!CompartilharTuitar

                       A grande seca de 1932 iniciou-se de fato em 1926, com um breve intervalo em 1929, tendo se configurado em verdadeiro cataclisma sócio-econômico na região nordeste nos anos seguintes, atingindo o ponto culminante no ano que a imortalizou, cuja calamidade fez com que o flagelo, tantas vezes repetido, assumisse proporções devastadoras, principalmente para a população carente.

                      Sob os auspícios do Ministério de Viação e Obras Públicas do Governo Provisório de Vargas, dirigido com decisão férrea pelo paraibano José Américo de Almeida, reiniciaram-se os trabalhos de açudagem no sertão. Obras paralisadas desde a década de 20 foram então progressivamente retomadas, tendo em vista que a confiança de Epitácio Pessoa nas oligarquias, enquanto condutora das obras públicas, fazendo valer as prerrogativas da descentralização político-administrativa da República Velha, não havia surtido nenhum efeito prático, pois na verdade houve avassaladora onda de corrupção.

                        Ressurgiam velhos projetos, paralisados desde a gestão de Arthur Bernardes (1922-1926), dos açudes como o Itans, o Gargalheira e Lucrécia, no Estado do Rio Grande do Norte, Boqueirão de Piranhas, São Gonçalo e Condado, no Estado da Paraíba, sendo que este último não constava na idealização original, inserido, com certeza, graças à intervenção de Ruy Carneiro, oficial de gabinete do Ministro de Viação e Obras Públicas, e Lima Campos, no Estado do Ceará, entre outros.

                         Flagelados da grande seca foram aproveitados nas obras que o Ministério de Viação e Obras Públicas implementava nos Estados Nordestinos. Multidões se formaram nos canteiros de obras, a grande maioria sem a mínima noção de higiene, sendo responsáveis pelo acúmulo de lixo e dejetos humanos em escala gigantesca.

                          O regime alimentar, composto basicamente por farinha e carne seca, agravou o quadro de desnutrição crônica da população flagelada, aumentando ainda mais a possibilidade de acontecer um surto epidêmico.

                            No final de dezembro de 1932, quando as chuvas finalmente começaram a cair no Nordeste, o inevitável aconteceu através de um impressionante combinado de infecções que Orris Barbosa, em célebre e clássico livro intitulado “Secca de 32 – Impressões sobre a crise nordestina”, distinguiu como sendo do grupo coli-tífico-desintérico. Em janeiro, fevereiro e março de 1933 as cifras da mortandade entre os “cassacos” alcançavam números impressionantes.

RECEBA NOTÍCIAS NO CELULAR

                             Proliferação de moscas em verdadeiros enxames contribuiu acentuadamente para disseminar os germes causadores de doenças gastro-intestinais. Em pouco tempo os campos de trabalho estavam atulhados de cadáveres da desdita da seca do século XX.

                              Crianças, portadoras de um quadro lastimável de desnutrição, foram as mais penalizadas, registrando a maioria dos óbitos da grande epidemia que assolou o nordeste brasileiro na década de 30.

                               Em um trabalho de profundo humanismo e comprometimento, foi organizada pelo Ministro José Américo verdadeira cruzada assistencial às pessoas castigadas pelo surto epidêmico, formando a “Comissão Médica de Colaboração à Assistência e Profilaxia aos Flagelados”, dirigida pelo Dr. José Bonifácio P. da Costa. O Departamento Nacional de Saúde Pública também formou comissão objetivando “inspecionar as zonas infestadas e determinar as medidas imprescindíveis à profilaxia da região” (BARBOSA, 1935, p. 67-74).

                               A infestação, assumindo proporções desesperadoras, era um desafio à profilaxia, o que fez com que o Departamento Nacional de Saúde Pública invocasse a participação imediata dos departamentos de higiene dos Estados acometidos pelo surto devastador, iniciando-se um intenso policiamento de focos de moscas e mosquitos.

                                Gradativamente a peste foi sucumbindo à ação inexorável da competência das ações do Ministério de Viação e Obras Públicas do Governo Provisório de Vargas em prol da debelação de um dos maiores flagelos que já assolou o nordeste, cuja união nefasta com a seca fê-la marca indelével no imaginário popular que ainda guarda na lembrança o grande desafio que foi vencer a maior epidemia que o nordeste foi submetido, de forma inclemente, na década de 30 do século passado.

Bibliografia Consultada:

BARBOSA, Orris. Secca de 32 – Impressões sobre a Crise Nordestina. Rio de Janeiro/RJ: Andersen Editores, 1935

 

*José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo (UFPB). Professor-adjunto do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB) e em Organização de Arquivos (UFPB). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA – UERN.

Compartilhe:

  • WhatsApp
  • Publicar
  • Threads
  • Telegram
  • E-mail

Siga 'A Gazeta do Acre' nas redes sociais

  • Canal do Whatsapp
  • X (ex-Twitter)
  • Instagram
  • Facebook
  • TikTok



Anterior

Veto a aposentados une Serra, Dilma e Lula

Próxima Notícia

Homem acusado de invadir residência e estuprar dona de casa é preso em flagrante

Mais Notícias

Como cortar gastos desnecessários mesmo na pandemia? Veja 10 passos
Destaques Cotidiano

Como cortar gastos desnecessários mesmo na pandemia? Veja 10 passos

10/07/2020
Plano de saúde não pode negar tratamento prescrito por médico e deve cobrir teste de Covid
Destaques Cotidiano

Plano de saúde não pode negar tratamento prescrito por médico e deve cobrir teste de Covid

30/06/2020
ARTIGO – O pacto da quarentena
Destaques Cotidiano

ARTIGO – O pacto da quarentena

29/06/2020
ARTIGO: Como é conviver com a Covid-19
Espaço do leitor

ARTIGO: Como é conviver com a Covid-19

26/06/2020
ARTIGO – Coronavírus nas comunidades: a realidade dura de muitos brasileiros
Destaques Cotidiano

ARTIGO – Coronavírus nas comunidades: a realidade dura de muitos brasileiros

23/06/2020
ARTIGO – Paulo Freire: Educação libertadora
Destaques Cotidiano

ARTIGO – Paulo Freire: Educação libertadora

23/06/2020
Mais notícias
Próxima Notícia

Homem acusado de invadir residência e estuprar dona de casa é preso em flagrante

Condenado por matar cinco pessoas é preso

Jornal A Gazeta do Acre

© 2022 - Todos os direitos reservados. A Gazeta do Acre

  • Expediente
  • Fale Conosco

Sem resultados
View All Result
  • Capa
  • Últimas Notícias
  • Polícia
  • Geral
  • Política
  • Colunistas & Artigos
    • Roberta D’Albuquerque
    • O prazer é todo meu
    • Marcela Mastrangelo
    • Beth Passos
  • Social
    • Márcia Abreu
    • Giuliana Evangelista
    • Beth News
    • Jackie Pinheiro
    • Roberta Lima
    • Gazeta Estilo
  • Publicações Legais
    • Publicações Legais
    • Comunicados
    • Avisos
    • Editais
  • Receba Notícias no celular
  • Expediente
  • Fale Conosco

© 2022 - Todos os direitos reservados. A Gazeta do Acre