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Acreanos têm no emprego público o sonho do sucesso profissional

Concluir uma faculdade para prestar concurso público. Esta é a idéia que ainda persiste na maioria da cabeça dos universitários acreanos. A figura paternalista do Estado desde a fundação do Acre tem levado mais e mais pessoas a querer as barganhas oferecidas pelo Poder Público. Depois de anos estudando as teorias de uma carreira promissora, muitos trocam o sucesso que podem ter na área pela estabilidade do emprego estatal.

O espírito do empreendedorismo é algo que não faz parte dos jovens. Se formar para montar o próprio negócio não é uma boa idéia – isso na opinião de muitos. Em um Estado onde até mesmo a iniciativa privada necessita do Governo para se manter em pé não poderia se esperar nada diferente. A principal força econômica do Acre é o pagamento do funcionalismo público.

Todos os meses são mais de R$ 80 milhões injetados no mercado. É dinheiro que serve para pagar as prestações dos crediários, do financiamento ou mesmo comprar à vista. São os recursos que garante a não falência da cadeia econômica. É nesta força que os acreanos querem ter a segurança de um emprego estável, não importando que aumentos e ganhos nos salários sejam ínfimos.

A cada anúncio de abertura de vagas em órgãos públicos, a expectativa para a abertura das inscrições e o edital para se ter a noção do que estudar. Não importa se o concurso é da prefeitura, do governo do Estado ou Federal; o importante é arriscar. Por mais que o número de vagas oferecidas seja ínfimo, a concorrência sempre é grande. Quem mais lucra no “sonho do emprego público” são os cursos preparatórios.

Dos mais simples aos mais conceituados, as salas de aulas ficam abarrotadas. Os candidatos que desejam ter uma preparação com professores e material didático qualificado precisam desembolsar uma boa quantia. Freqüentando as aulas estão funcionários públicos que querem avançar de posto e ganhar um pouco mais.

A cada dia mais e mais concursos são abertos. O Governo Federal é o principal oferecedor de vagas. Apesar da grande quantidade, o número disponibilizado ao Acre sempre é pequeno. Com tantos acreanos sonhando com o emprego na União, a concorrência praticamente quadriplica, com candidatos de todo o Brasil na disputa. Nunca na história desse país tantos concursos públicos foram rea-lizados como no governo Lula.

O inchaço na máquina pública tem provocado desequilíbrio tanto nas contas no Planalto como no Acre. No final do ano passado, o Estado ultrapassou seus limites com o funcionalismo estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Em uma década, o gasto com servidores aumentou em 300%.

Com tantos gastos para manter sua estrutura, o Estado acaba ficando com poucos recursos para investir. Sem investimentos, as empresas não encontram fôlego para crescer deixando, assim, mais e mais acreanos dependentes do emprego público. Enquanto isso, o Estado perde a oportunidade de desenvolver sua iniciativa privada, desafogando sua estrutura.   
   

 

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