Os números sobre a geração de empregos no Acre pela construção civil não apresentam margem de confiança. De um lado o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) publica “X” desempenho, e do outro a Fieac divulga “Y”. Os dados mais recentes, e controversos, são referentes ao último bimestre. Sem precisão, só fica a confusão de algarismo, tabelas e curvas.
Enquanto o órgão do Ministério do Trabalho captou um crescimento de 2,46% nas contratações com carteiras assinadas pelo setor entre abril e maio, a Pesquisa Indicadores Industriais da Fieac (Federação das Indústrias do Acre) apontou uma elevação de 18,94%. Em números reais, o Caged tem como resultado a abertura de 204 vagas pelas empreiteiras. Pela Fieac a aferição foi de sete mil.
Segundo o economista Carlos Estevão, coordenador da pesquisa acreana, é preciso analisar as metodologias usadas pelo Caged. “Os levantamentos realizados por mim levam em consideração métodos semelhantes aos do IBGE”, afirma. Mensalmente o IBGE publica pesquisas sobre o comportamento do emprego na indústria brasileira. A análise do instituto tem uma amostra de 800 empresas.
Estevão ressalta que a pesquisa da Fieac apresenta segurança estatística por a mesma ser realizada diretamente com os pesquisados, e no cotidiano das construtoras aqui instaladas. Na indústria como um todo, a Fieac tem 1,5 mil empreendimentos objetos de análise a partir do banco de dados de consumidores da Eletrobras. “Não tenho dúvidas de afirmar que hoje a indústria acreana tem empregada sete mil pessoas diretamente”.
A amostra da construção civil representa 65% do total analisado. O economista lembra que muitas das construtoras espalhadas ao longo da rodovia 364, sentido Cruzeiro do Sul, ficaram de fora da amostra, podendo o total de empregados ser ainda maior. João Francisco Salomão, presidente da Fieac, também ressalta que o Caged avalia apenas o número de contratações efeutadas no período. “Nós contamos tantos os gerados como os já existentes”, explica.