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Com greve, começa a faltar água em bairros da Capital

Nesta terça-feira, 11, vá-rios bairros amanheceram sem água na Capital. A seca repentina coincide com a paralisação dos servidores do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), deflagrada na última segunda-feira, 10, e que terá duração de uma semana.
A dona-de-casa Francisca Rizalda, moradora do bairro Jorge Lavocat, é uma das prejudicadas. “Aqui já era difícil cair água. Depois que a greve começou, se agravou”, declarou. Ontem, para poder realizar os afazeres domésticos, ela teve que pegar água na casa de uma vizinha que tem poço.

Na casa da Maria das Graças a situação é idêntica. Ela construiu um tanque de mil litros para utilizar como reservatório. O problema é que, com a falta d’água, ela acaba tendo que comprar o produto. “Gasto R$ 20,00 todas as vezes que vou encher o tanque”, diz.

O representante dos servidores no Sindicato dos Urbanitários do Acre, José Janes, acusa a direção do Saerb de ter contratado pessoas sem qualificação técnica para operar o sistema na ausência dos grevistas. “É por isso que estão ocorrendo problemas, no primeiro dia de greve uma adutora quebrou por causa de problemas operacionais”, revela.

O vice-presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) no Acre, e servidor do Saerb, Edinho Monteiro, vai mais além. Segundo ele, as escalas de serviços dos servidores que trabalham nas estações de tratamento foram trocadas, sem divulgação, com a intenção de prejudicar a categoria. “Eles colocaram o pessoal efetivo no turno da noite para colocar o pessoal novo durante o dia”, disse.

Direção do Saerb alega problemas na ETA 2
O diretor-presidente do Saerb, Semy Alves Ferraz, negou que tenha mudado a escala dos servidores da área operacional. Com relação à falta d´água, ele assegura que o problema não tem qualquer relação com a greve dos servidores.

Segundo ele, a suspensão no abastecimento para vários bairros da Capital é decorrente de problemas técnicos no sistema de bombeamento de elevação de água tratada da Estação de Tratamento da Sobral, a conhecida ETA 2.

“Passamos à noite trabalhando e o problema deve ser corrigido nas próximas horas”, tranqüilizou. A respeito das reivindicações dos servidores, ele voltou a afirmar que o movimento é político e que não reflete o pensamento da categoria. “Estamos operando com 100%, não registramos falta. O movimento é de manhã, com o pessoal que está de folga. A tarde está todo mundo trabalhando”, informou.

Manifestantes buscam apoio de vereadores
Como haviam prometido, os servidores do Saerb foram até a Câmara de Rio Branco pedir apoio dos vereadores. Eles foram ouvidos logo após o pequeno expediente e tiveram oportunidade de falar sobre as suas reivindicações.

Na oportunidade, o presidente do Sindicato dos Urbanitários do Acre, Marcelo Jucá, se defendeu dos ataques que vem sofrendo por conta do movimento grevista. “Essa história de que o movimento é político é a forma que encontraram de tentar desmoralizar a nossa luta”, rebateu.

Os vereadores Astério Moreira – líder do prefeito na Casa – e Raimundo Vaz, ambos do PRP, se comprometeram em intermediar, via o secretário de Articulação Política, Márcio Batista, uma reunião entre o comando de greve, o diretor-presidente do Saerb, Semy Alves Ferraz, e o prefeito Raimundo Angelim (PT).

Os manifestantes gostaram da proposta, mas pediram que a reunião fosse realizada nesta quarta-feira, 12, a partir das 8h30, e que contasse com a participação dos vereadores.

 

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