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FPA faz festa para pré-candidatos marjoritários

O anúncio oficial da Frente Popular das pré-candidaturas ao Governo e ao Senado se transformou numa festa. Ontem, no Clube das Acácias, mais de 500 militantes, que vieram de todos os recantos do Acre para prestigiar os majoritários, saudaram Tião Viana (PT), Jorge Viana (PT) e Edvaldo Magalhães (PT) como condutores do processo eleitoral que poderá garantir mais quatro anos de poder ao grupo político. Presente ao evento, o governador Binho Marques (PT) salientou a importância do “projeto de gestão” que governa o Acre há 12 anos.

Aclamado como o ‘comandante’ da campanha política que irá debater os novos rumos do Estado, Binho Marques fez questão de ressaltar: “todo governador tem um papel importante nas campanhas. As pessoas falam que não sou político, mas a minha militância política começou aos 16 anos. Eu nunca quis ser candidato a nada, mas político sempre fui e continuarei sendo. Não sou candidato, mas a política é o caminho democrático que utilizamos para propor um projeto e nós da FPA temos um projeto há muito tempo. Aliás, esse projeto não nasceu comigo, nem com o Jorge e nem com o Tião, mas da luta dos índios e dos seringueiros para que aqui fosse uma terra justa. Nós estamos lutando por isso até hoje”, afirmou.
O governador ressaltou as conquistas dos 20 anos da FPA. “Graças a Deus nós tivemos muitas vitórias especialmente nesse período de governo de 99 para cá. Essa luta não se concluiu porque ainda temos grandes desa-fios. A justiça social depende de que a gente tenha escola pública de qualidade para todos e que possamos ter os jovens como protagonistas da história. Essa luta vai continuar enquanto tiver injustiça e sofrimento porque é isso que nos move. Por isso, vou continuar participando e muita vezes liderando a união da FPA”, disse ele.

Incorporação de tecnologia para crescimento econômico
O pré-candidato Tião Viana frisou a necessidade da geração de empregos e rendas no Estado através de um processo industrial que incorpore a tecnologia. “O Acre tem uma enorme responsabilidade na Amazônia de mostrar os bons caminhos da vida pública e romper com as desigualdades. O único caminho é o da política, que é capaz de mudar a vida de um povo. A forma de caminhar tem as suas diferenças, mas o projeto é o mesmo. A maior responsabilidade do projeto político da FPA é a redução das desigualdades sociais. Estamos reduzindo a pobreza em dois por cento ao ano e isso é uma enorme responsabilidade para qualquer um que pensa em levar adiante o Governo do Acre. Além das prioridades da Educação, da Saúde e da Segurança que fazem parte da responsabilidade de qualquer governante. O Acre enfrenta hoje os maiores desafios da incorporação da tecnologia para gerar um incremento nas atividades industriais para as reduções das desigualdades que são fundamentais nos valores ético da FPA”, salientou.

Para o pré-candidato a experiência de outros governadores deve ser aproveitada. “Temos que incorporar todas as boas práticas e boas atitudes que tiveram os outros governantes. Eles elevaram as condições de governabilidade do Acre o que nos permite pensar em estratégias distintas com uma aceleração da incorporação da tecnologia na vida industrial do Estado. Isso nos levará ao fortalecimento das atividades de trabalho por expansão da micro-economia. Além de concentrações efetivas de ações nas áreas de saúde e segurança pública. Mas esse é um posicionamento da FPA e não de candidaturas porque a norma eleitoral ainda não permite”, argumentou.   

Apesar de todo entusiasmo da militância, Tião Viana, ressaltou: “a campanha só começará oficialmente depois das convenções partidárias. Agora é o anúncio das pré-candidaturas e a reafirmação dos compromissos da FPA. Os candidatos ainda não falam por si. O importante é que são 14 partidos unidos em torno de uma chapa que vai ser formada a partir das convenções oficializando as candidaturas e a partir daí con-firmadas que pela unidade política e a hegemonia do projeto da FPA. Assim se pode fazer muita coisa a favor do Acre para reduzir as suas desigualdades”, finalizou.

Transformações políticas importantes
Já o pré-candidato ao Senado, Jorge Viana, enfatizou a enorme responsabilidade de substituir Marina Silva (PV) e promover a renovação política. “Depois que me convidaram para não ser candidato a nada, em 2006, para coordenar a campanha da FPA agora estão me convidando para ser candidato a senador junto com o Edvaldo e o Tião para gxovernador. Acho que o Brasil do presidente Lula (PT) está dando certo e mudando a vida do povo. Mas nós teremos que fazer mudanças na política especialmente dentro do Senado da República que poderá ter dois terços renovados. Isso é um desafio imenso porque naquele espaço o Acre é igual a São Paulo porque cada estado tem três senadores. Vamos trabalhar unidos com o Tião Viana e o Governo Federal para melhorar a vida do povo e modernizar o Brasil para que o país esteja à altura dos desafios que o mundo nos impõe hoje”, falou.

Jorge não deixou de alfinetar os adversários políticos da FPA. “Nossos opositores não se entendem e querem mexer nas leis. Querem fazer arranjos fora da lei para superarem as suas diferenças. Eles não se entendem porque não se respeitam. E não se respeitam porque se conhecem. Por isso vamos demonstrar todo o nosso amor pelo Acre para conseguirmos mantermos o nosso Estado no rumo certo. Antes do Lula o Acre era o fim do Brasil, agora, com o Lula o Acre será o começo do Brasil com a conclusão da Estrada do Pacífico”, salientou.

Uma nova página na história da FPA
Todos os discursos ressaltaram a importância da eleição do deputado Edvaldo Magalhães para a segunda vaga do Senado. Os oradores revelaram o desejo do grupo político de rea-ver a cadeira ocupada atualmente pelo senador Geraldo Mesquita Jr., eleito pela FPA, mas que saiu da coligação. Magalhães destacou a unidade da construção da chapa majoritária. “Estamos escrevendo uma página nova na história da FPA. Neste ano completamos 20 anos. Um caminho longo que começou a ser aberto e uma idéia nova começou a ser cimentada. Poucos apostavam no nosso sucesso e vejam do que fomos capazes de construir. Atualmente podemos dizer que a FPA ocupa largos espaços na política do Acre e que mudou profundamente a nossa política. A FPA mudou o jeito de pensar a política e a administração pública. Foi assim que conseguimos a credibilidade capaz de nos levar às próximas vitórias. Quando não se ocupa espaços de poder até que é fácil construir unidade. Nós tivemos paciência para chegarmos a unidade”, afirmou.

Também o pré-candidato não deixou de ironizar os adversários políticos. “Enquanto gastávamos energia para construirmos a nossa unidade os nossos adversários passaram a manhã, à tarde e à noite gastando energia em vigiar. Eles sabem que à noite e de manhã um pode receber uma rasteira do outro. Aqui alcançamos a unidade com um diálogo sincero e honesto”, provocou.

A unidade como capital político
Indicado à reeleição como vice-governador, César Mes-sias (PP), destacou o processo para se chegar ao consenso de uma chapa majoritária sem fissuras. “Chegamos a essa chapa sem trauma nenhum. O capital de todos esses partidos é o projeto político da FPA e o projeto do Acre. Houve debate e chegamos a essa conclusão e fico feliz de ser novamente pré-candidato a vice na chapa do meu amigo Tião Viana que tem um trabalho brilhante no Brasil e no Acre. Ele tem todas as credenciais para comandar o Estado nos próximos quatro anos. A nossa próxima etapa será criar um programa de governo para apresentar aos eleitores. Essa proposta não pode sair de dentro dos gabinetes, mas deverá ser elaborada junto com a população ouvindo todos os 22 municípios acreanos. Teremos o mês de maio e junho para concluirmos a proposta, mas junto com todos os partidos e a população do Acre”, ressaltou Messias.

Ex-primeira-dama da França se solidariza com a FPA
A viúva do ex-presidente francês, o socialista François Mitterrand, Danielle Mitterrand, que se dedica a causas humanitárias apareceu na festividade de surpresa. “Estou aqui para saudar todos vocês em nome de uma idéia nobre e de um princípio que nos move a todos que é a união das esquerdas lançada por François Mitterrand, na França, nos anos 70. Foi esse movimento que permitiu a esquerda socialista assumir o poder. Desejo a todos um bom trabalho”, saudou Madame Mitterrand. Representantes de várias organizações não-governamentais também participaram do evento.

 

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