José Samuel Sanchez, apontado por investigações como membro da comissão de finanças e logística das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), foi preso na sexta-feira,7, em operação da Polícia Federal. As ações da PF aconteceram em Manaus e em duas cidades da região oeste do Amazonas (Maraã e Tefé), na fronteira com a Colômbia. Além de Sanchez, mais sete pessoas foram presas (três brasileiros e outros quatro colombianos). A PF apreendeu na operação 45 quilos de cocaína.
Órgãos de inteligência brasileiros têm redobrado suas ações nas áreas de fronteiras com a Colômbia. Devido à repressão às Farc e a outras facções guerrilheiras pelo Exército colombiano, as autoridades brasileiros temem que integrantes desses grupos se instalem em território brasileiro. O Exército, por exemplo, reforçou seus postos de fronteira. A PF e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também fizem o mesmo.
Sanchez, que usava o nome falso de Daniel Rodriguez Orosco, atuava na chamada primeira frente das Farc, que vem a ser um acampamento de guerrilheiros que abriga um laboratório para refino de cocaína. De acordo com a PF, Sanchez freqüentava a capital do Amazonas e tinha responsabilidade de contratar barcos para transportar a droga. Os oitos presos serão transferidos para um presídio de Manaus após exames no IML (Instituto Médico Legal).
A operação realizada no Amazonas desmobilizou uma organização criminosa que atuava pelos rios Japurá e Solimões para escoar carregamentos da droga até Manaus. Um acampamento dos narcotraficantes foi destruído na fronteira, segundo a PF. “A organização tinha contato direto com as Farc para obter droga e, em troca, recebia apoio logístico [das Farc] e armas para transportar grandes carregamentos da droga pelos rios do Amazonas”, explicou o superintendente da PF no Amazonas, delegado Sérgio Fontes. (Agência Amazônia)