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Semy Ferraz e Marcelo Jucá travam guerra judicial

Em assembléia geral realizada ontem, os servidores do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) decidiram paralisar as atividades por uma semana, a partir da próxima segunda-feira, 10. Eles alegam que estão sem reajuste desde 2005 e que a direção da empresa tem se negado a negociar. “Em quatro anos o presidente do Saerb só nos recebeu uma vez e por apenas cinco minutos”, revela José Janes, representante dos servidores do Saerb.
O reajuste do ticket alimentação encabeça a lista de reivindicações. De acordo com o presidente do Sindicato dos Urbanitários, Marcelo Jucá, os servidores do Saerb são os que menos ganham. Atualmente, o valor está fixado em R$ 170,00 para os servidores do setor operacional e R$ 250,00 para o setor administrativo.

“Esse valor precisa ser urgentemente revisto, na Eletronorte, por exemplo, a gratificação referente à alimentação é de R$ 500,00”, observa Jucá, acrescentando que no caso dos servidores do setor operacional eles trabalham em escala de 24 horas, necessitando estar bem alimentados.

Durante a paralisação, apenas 30% dos 180 servidores permanecerão em seus postos de trabalho. Os manifestantes se concentrarão na sede do Saerb, no Centro de Rio Branco, e na Estação de Tratamento de Água da Sobral, a popular ETA II. “Queremos mostrar para a sociedade as nossas condições de trabalho para que as pessoas entendam que não somos culpados pelos problemas no abastecimento”, disse.

Por telefone, o diretor-presidente do Saerb, Semy Ferraz, informou que está aberto ao diálogo com os servidores e que não há motivos para a paralisação. Assegurou também que o atendimento à população será mantido, mesmo que o órgão tenha que terceirizar a parte operacional, o que já ocorre com a emissão de faturas e o combate ao desperdício.

Semy Ferraz processa Marcelo Jucá
Durante a assembléia geral dos servidores do Saerb, o presidente do Sindicato dos Urbanitários do Acre, Marcelo Jucá, comunicou que está sendo processado criminalmente pelo diretor do Saerb, Semy Ferraz.

Semy acusa Jucá de calúnia, injúria e difamação. De acordo com ele, Jucá o chamou de ladrão sem provas ao divulgar, num site de notícias, relatório onde aponta supostas irregularidades cometidas por ele. O processo é de competência do juizado especial criminal.

“Eu, Semy, pessoa física, estou processando o Marcelo Jucá, também pessoa física. Respeito o sindicato, mas não posso permitir ser caluniado, injuriado e difamado por essa pessoa”, disse. Além da ação criminal, Semy também pretende ingressar com ação de reparação de danos morais na esfera cível.

Marcelo Jucá se defende e assegura que nunca fez qualquer critica à pessoa do presidente do Saerb. Ele afirma que todas as declarações prestadas por ele são em defesa dos trabalhadores que representa. “Avalio isso como uma forma de intimidar o sindicato”, retrucou Jucá.

O diretor do Saerb acusa ainda Jucá de querer tirar proveito político em cima dos trabalhadores. “Eu assumo um cargo técnico, não sou candidato a nada, ao contrário dele que é candidato a deputado estadual”, alfinetou.

O caso está sendo apurado na 1ª Vara do Juizado Especial Criminal de Rio Branco. A primeira audiência está marcada para o dia 20 de maio, quando será oferecida uma chance de conciliação entre as partes.

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