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“Vamos encontrar um Brasil diferente”, diz presidente do IBGE

Em passagem pelo Acre nesta semana, o presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eduardo Pereira Nunes, afirma À GAZETA que um Brasil diferente será encontrado ao se contabilizar os números do Censo 2010. Nunes está em Rio Branco para ver como está o processo de preparação do escritório do instituto no Estado para a pesquisa que funciona como um reflexo da realidade nacional.

“Vamos encontrar um Brasil que progressivamente reduz o tamanho de suas famílias, com a redução da taxa de fecundidade das mulheres, mais urbanizado e um envelhecimento acelerado da população”, analisa ele. Para Nunes, esses três componentes exigem a adoção de medidas capazes de absorver seus impactos. Com os brasileiros mais velhos, é preciso uma série de reestruturações na Saúde Pública e nas políticas de acessibilidade.
“As empresas de construção vão precisar adaptar os prédios para facilitar o acesso e locomoção dessas pessoas”. Quanto às desigualdades sociais e econômicas, o presidente afirma que elas estão menores, porém, não extintas. “Se comparado com períodos anteriores, a atual desigualdade é inferior, mas sua queda ainda está numa velocidade inferior à desejada”, pondera.

Outro fator positivo a ser detectado pelo Censo 2010 será um número maior de brasileiros no mercado formal. Quanto mais pessoas na formalidade, completa Nunes, mais a Previdência Social passa a arrecadar, reduzindo os impactos nas contas do governo de um país onde mais idosos vão precisar da aposentadoria por mais tempo. Enquanto a desigualdade social tem diminuído, a regional ainda se mantém em níveis preocupantes.

“Certamente, vamos constatar muitos indicadores diferenças no nível de Renda, Educação, acesso aos serviços de Saúde, mortalidade infantil, formalidade no emprego entre os estados”, vaticina o presidente. Essa disparidade será encontrada até mesmo no processo de levantamento dos dados do Censo 2010. A precariedade no sistema de comunicação não permitirá que a coleta dos dados seja repassada automaticamente em algumas regiões, como o Acre.

Neste ano, os recenseadores do IBGE vão usar computadores portáteis, que permitem maior segurança na anotação das respostas dadas pelas famílias e seu repasse virtual para o centro de operações da pesquisa. Outra dificuldade no Acre será quanto ao acesso às comunidades mais isoladas. Mas, para Nunes, essas barreiras são vencidas pelo fato de os recenseadores serem das regiões onde haverá o levantamento. “Adquirimos veículos com capacidade para adentrar as estradas mais difíceis”, diz ele.     

IBGE x prefeituras
A partir de estimativa populacional realizada pelo IBGE anualmente, a União calcula quanto cada uma das 5.564 prefeituras do país vai receber do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). O último dado de 2007 causou descontentamentos entre alguns prefeitos do Acre, já que algumas cidades ficaram com a população reduzida. Com isso, o repasse de recursos federais ficou menor.

Rio Branco também se sentiu prejudicada. Nunes afirma que o desentendimento não ocorre entre as prefeituras e o instituto, mas com os impactos que um número maior ou menor de habitantes acarretará. “Se o prefeito recebe menos recursos do FPM, com alguém ele vai reclamar, e esse alguém é o IBGE”, afirma o presidente.

 

 

 

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