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Deputado Fernando Melo viabiliza equipamento contra as queimadas

Numa entrevista exclu siva À GAZETA, o  deputado federal Fernando Melo (PT-AC) analisou os principais assuntos que serão as prováveis pautas da próxima campanha eleitoral: a Segurança Pública e o setor produtivo. Fernando também revelou o seu ponto de vista sobre os dois candidatos mais fortes à segunda vaga do Senado: Edvaldo Magalhães (PCdoB) e Sérgio Petecão (PMN). Melo revelou que quer criar núcleos de debates nos principais bairros de Rio Branco para avaliar os avanços sociais do presidente Lula (PT). O objetivo é alavancar a candidatura de Dilma Roussef (PT), no Acre. 
Segurança Pública

O parlamentar foi secretário de Segurança durante o segundo mandato de Jorge Viana (PT). A onda de criminalidade no Estado tem suscitado polêmica nos meios políticos. “Tive uma passagem vitoriosa pela Segurança Pública na missão que me foi dada pelo ex-governador Jorge Viana. Não sou militar, não sou policial civil, mas um administrador. Junto com os profissionais, nós fizemos um grande trabalho reconhecido pela nossa sociedade que, inclusive, ajudou na minha eleição. A Segurança Pública no Brasil vem passando por uma grande transformação depois do Pronasci. Temos que trabalhar a segurança com foco na prevenção, porque depois que os crimes acontecem a polícia só tem que correr atrás e a sociedade é quem perde”, avaliou.

Quanto ao atual momento da gestão de Segurança, Melo pondera:  “com o governador Binho Marques (PT) o sistema penitenciário foi fortalecido. Ele colocou uma secretária de Segurança que é da área jurídica e tem o poder de aglutinar os operadores da gestão. Nos últimos dias me preocupei com dois homicídios que aconteceram no Acre, que tecnicamente chamamos de execução. O assassinato de um agente penitenciário e o outro do vereador de Acrelândia.

Dois crimes ainda sem autoria identificada. Nós temos que achar os culpados de qualquer maneira porque não podemos permitir uma volta ao passado em que as pessoas apareciam mortas e ninguém identificava os autores. Essa fase já passou. Mas o governador tem estruturado a Segurança e quero destacar duas ações da Polícia Civil: uma em Sena Madureira combatendo o tráfico de drogas e outra envolvendo Tarauacá, Feijó e Cruzeiro do Sul, que prendeu quadrilhas de traficantes. Acho que a nova equipe de delegados está muito empenhada em trabalhar. Esse é um tema que vai estar na política, mas acredito que até as eleições apresentaremos resultados positivos. A Segurança é sempre um problema em função das desigualdades sociais e do êxodo rural no Acre. Acho que a ação social, em certos casos, tem que ser até mais forte do que a policial”, analisou.

Jogo eleitoral para o Senado
Todo mundo sabe que no começo do seu mandato Fernando Melo fez parcerias com o deputado Sérgio Petecão (PMN). Os dois têm uma amizade pessoal de muitos anos. Melo chegou a sonhar com o Senado, mas abriu mão da disputa pela unidade da FPA. Indagado sobre a sua posição em relação ao seu apoio aos candidatos, Fernando, explicou: “o Petecão é meu amigo de infância. Na política, ele entrou primeiro. Quando cheguei ele já estava no seu quarto mandato como deputado estadual.

Mas agora, no Congresso, tivemos uma relação mais próxima e fizemos parcerias ajudando o Estado inteiro para ouvir as comunidades dos municípios acreanos. Depois, o Petecão tomou a decisão de sair da FPA e eu permaneci. Agora, nós somos amigos pessoais, mas adversários políticos. Ele está num campo que vê a política para o desenvolvimento do Estado diferente do que penso. Ele mudou de lado. E eu continuo caminhando com a FPA. Quando fiz a opção de desistir da minha candidatura ao Senado entendi que a unidade da FPA era o mais importante. A FPA é um cristal da política acreana que tem que ser preservado. Como já foram anunciados os nossos candidatos majoritários, que são o Tião Viana (PT), o Jorge Viana (PT) e o Edvaldo Magalhães (PCdoB), nós teremos uma campanha para fazer. Vou apoiar o Edvaldo, o Tião, o Jorge e a Dilma Rousseff (PT)”, garantiu.

Disputa presidencial no Acre
Fernando Melo é um dos maiores defensores da gestão do presidente Lula, que, segundo ele, mudou o quadro social do Brasil. “Estou criando núcleos de apoiadores da candidatura da Dilma Rousseff para nós reelegermos o projeto do Lula. Muitas pessoas esquecem isso. Mas a eleição da Dilma será a maior vitória para o Acre e o Brasil.

Quero debater nos núcleos de mobilização sobre os avanços sociais que o presidente Lula conseguiu para o país! Quantos empregos foram criados e quantas pessoas passaram da classe D para a classe média. Vamos falar sobre avanços importantes como Luz para Todos. Quero unificar os discursos das candidaturas no plano regional e nacional para chegarmos, no dia 3 de outubro, afinados para mostrar ao povo do Acre que é bom continuar com o projeto da FPA”, apregoou.

 Incorporação de tecnologia à produção agrícola

Um dos pontos de destaque do mandato de Fernando Melo foi a mudança de foco. O parlamentar resolveu investir na produção do Estado. Por isso, desenvolveu um projeto em parceria com a Embrapa para incorporação de tecnologia na produção familiar.

O lançamento do programa será nesta segunda-feira, no Ceasa de Rio Branco. Com os R$ 6 milhões de emendas conseguidos por Melo serão distribuídos aos agricultores do Acre 120 micro-tratores e dois trituradores de capoeira. Um equipamento tão sofisticado que só tinha um no Brasil. Depois dos desembaraços alfandegários o Acre terá dois trituradores de capoeira um para a região do Rio Acre e outro para o Juruá. O equipamento irá modificar o atual sistema de produção agrícola de derruba e queima. “Agora vai ser tritura e planta. O triturador transformará os resíduos em húmus para adubar a terra evitando as queimadas”, comemorou.

Fernando Melo destacou as razões que o levaram a investir parte das suas emendas parlamentares na produção. “Nós somos totalmente dependentes dos produtos agrícolas de outros estados. Temos até um trabalho de importação dos produtos do Peru no Juruá. Me fiz a pergunta: porque não podemos produzir isso aqui? Nós temos a Embrapa com 37 anos de existência e tecnologias avançadas comprovadamente. Depois de estudar muito o setor produtivo resolvi fazer o projeto e apresentei para a Embrapa executar. Haverá transferência de tecnologia para a agricultura familiar que é responsável por mais de 40% da produção agrícola brasileira. Mas aqui no Estado o que produzimos é com muita dificuldade de assistência técnica, de comercialização, temos problemas de escoamento da produção e de tecnologia. O projeto está focado para dar melhores condições de trabalho aos nossos agricultores. Com isso ganha a população das cidades acreanas que serão abastecidas com mais qualidade e a tendência são os preços caírem e baratear a vida das pessoas”, finalizou. 

 

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