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Flaviano defende arborização das cidades brasileiras

Brasília – As cidades brasileiras passarão a contar com mais recursos para fazer serviços de arborização e manter as áreas verdes já existentes. É o que defende o deputado Flaviano Melo (PMDB-AC) em seu parecer ao projeto de Lei 5.987, de 2009, do deputado Roberto Britto (PP-BA), que destina parte dos recursos arrecadados na aplicação de infração ambiental para a arborização das cidades. O projeto tramita na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
O parecer de Flaviano é favorável à aprovação da matéria.  Em seu parecer, Flaviano lembra que, atualmente, mais de 80% dos brasileiros vivem nas cidades e a melhoria da qualidade do ambiente urbano é uma necessidade. “E, neste aspecto, a arborização é uma forma eficaz para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros que vivem nas cidades. Quando foi prefeito de Rio Branco pela primeira vez (1982-1986), Flaviano iniciou um projeto de arborização da Capital acreana.

Flaviano destaca em seu parecer que, apesar de as cidades concentrarem a maior parcela da população, “elas carecem de estruturas e serviços, aí incluídos os serviços de arborização e manutenção de áreas verdes”. Ainda de acordo com o deputado do PMDB do Acre, atualmente são poucos os centros urbanos que oferecem áreas verdes e ruas arborizadas a seus habitantes. Esses serviços não são possíveis por falta de recursos financeiros e humanos. “Por essa razão, é apropriada a destinação de parte dos recursos arrecadados com a aplicação de multas por infração ambiental, como propõe o autor do projeto”, defende Flaviano.

Redução da poluição ambiental – Em seu parecer, Flaviano Melo destaca a importância das árvores nas cidades. Por exemplo, as árvores exercem o papel de controle da poluição ambiental: quando o ar poluído passa pela copa das árvores, há uma diminuição da sua velocidade, o que possibilita a deposição das partículas poluentes sobre a superfície das folhas.

Outra vantagem é que as folhas das árvores absorvem gases tóxicos, entre os quais o dióxido de enxofre e carbono, fluoreto de hidrogênio, óxido de nitrogênio, hidrocarbonetos e fotooxidantes. Flaviano lembra ainda que árvores de espécies arbóreas de folhas pilosas, cerosas ou espinhosas absorvem de 18 a 180 quilos de poluentes por ano. Significa dizer que um hectare de árvore assimila aproximadamente 5 toneladas de poluentes e libera de 5 a 10 toneladas de oxigênio.

Ainda de acordo com Fla-viano, a biofiltração da cobertura vegetal pode colaborar para reduzir os custos de implantação de equipamentos antipoluentes em distritos industriais. “Por exemplo, uma barreira vegetal de 30 metros de espessura colocada entre as zonas industrial e residencial pode filtrar conjuntamente os gases emanados que se aderem aos materiais particulados em suspensão na atmosfera”, lembra. Pesquisa realizada entre 1997-98 em Santiago, capital do Chile, estimou que as árvores e arbustos capturavam 7% das partículas poluentes do ar. Ali, o plantio de árvores gerou uma redução de US$ 25 milhões de gastos com saúde pública.

Efeito no clima das cidades – Flaviano destaca ainda o papel que a arborização exerce na melhoria do clima nas cidades. No meio urbano, o solo é predominantemente coberto por edifícios e áreas pavimentadas, que absorvem o calor do sol e esquentam o ar. Assim, as áreas urbanas se tornam mais quentes e mais secas do que no entorno rural.  Cidades do porte de São Paulo, por exemplo, apresentam temperaturas do ar no centro da conurbação urbana de até 10°C maiores que as verificadas em áreas menos urbanizadas e com mais vegetação.

O deputado lembra que uma árvore isolada pode transpirar em média 400 litros de água por dia, produzindo um efeito refrescante equivalente a cinco condicionadores de ar. “Então, árvores localizadas estrategicamente ao redor de edifícios podem reduzir em até 50% o consumo de energia para a refrigeração dos ambientes internos”, ressalta Flaviano. Ainda de acordo com o deputado, em bairros arborizados a temperatura do ar sofrer redução de 3º a 4ºC.

Estudo realizado em Porto Alegre (RS) comprovou que a redução pode atingir até 9ºC no verão, dependendo das espé-cies arbóreas utilizadas. O mesmo estudo ainda comprovou um aumento de 15% a 40% da umidade relativa do ar em áreas arborizadas. Nos Estados Unidos, o plantio de 100 milhões de árvores nas proximidades das residências reduziu o consumo de 22 bilhões de kWh de energia, gerando uma economia de US$ 2,3 bilhões por ano.

Ainda de acordo com Flavia-no o plantio de árvores nas cidades propicia uma série de outras vantagens. Entre elas destacam-se a infiltração da água no solo, com conseqüente redução das enchentes; proteção contra a erosão do solo; proteção das margens dos cursos de água; controle de poluição sonora; melhoria da paisagem urbana, e a melhoria da saúde física e mental das pessoas. (Assessoria)

 

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