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Diversão sem limites ou Limites com diversão?

                                                          

Muitos adotam à política da “diversão sem limites” ao invés de “limites com diversão” por não refletir com consciência e maturidade na questão, haja vista que as consequências podem ser bem distintas e nenhuma das duas anula o fato da responsabilidade que temos sobre a nossa vida e de sempre colhermos o fruto de nossas ações, mesmo depois e principalmente, do desencarne. É preciso atentar que há história depois do túmulo e que não há plantio sem colheita. Nada é por acaso, nem em vão. Assim sendo, não há injustiça, nem castigo divino, apenas causa e efeito, semente e fruto, ação e reação feita pelo próprio ser e refletida em sua felicidade e infelicidade.

Assim, é importante saber que a vida é tempo sagrado de recuperação e aprendizagem, trabalho para equilibrar a balança dos débitos passados e vivência na prática de habilidades e aptidões que nos tornem pessoas cada vez melhores e que exerçam influencias sobre a nossa perfectibilidade. Apenas aqueles que deram a perfeição e a angelitude como raison d’être da vida é capaz de se elevar acima da multidão e de desarmar, mesmo que temporariamente, o aguilhão da dor. É Zaqueu buscando uma vida superior ou não deixando a oportunidade passar. É a busca por uma vida mais perfeita partindo do próprio ser que o torna capaz de se elevar acima dos prazeres dos instintos ou da inércia gozadora dos tempos, uma vez que somos produto de nossas próprias ações. O que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá (Paulo de Tarso, Gálatas 6, 7).

Desta forma, a política do carpe diem é fato gerador de dor e desespero, romance trágico e violência, haja vista que não é possível ter paz de espírito e tranqüilidade, pois a pessoa joga contra a sua própria condição futura, desperdiçando recursos preciosos para sua própria evolução.

Diferentemente de se estudar e trabalhar com limites e alegria. Apenas aqueles que mobilizam forças e vontade para aprender as lições e a auxiliar o próximo por meio da caridade e da fraternidade é que conseguem juntar tesouro precioso que não se deteriora com o tempo, nem se esvazia.

É preciso saber onde investir o tempo e os recursos, pois a vida não é para amadores, muito menos para ser uma colônia de férias. Há tanto a ser feito no mundo e principalmente, em nós mesmos. Portanto, atentemos para as nossas imperfeições e para as consequências provocadas em nosso futuro pelas nossas próprias ações, pois quem é formiga no outono da vida não passa dificuldades no inverno da morte. Nada mais justo, nada mais lógico. 
 

*Paulo Hayashi Jr. é Doutorando em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

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