Os motoristas e cobradores do sistema de transporte coletivo da Capital não aceitaram a proposta de reajuste salarial apresentada pelas empresas do setor. Mas a insatisfação não implicará diretamente em greve, pelo menos nesse primeiro momento.
Para a presidente do Sinttpac (Sindicato dos Trabalhadores de Transporte de Passageiros do Acre), Celina Ferreira, uma paralisação agora seria inviável, já que decisão judicial favorável às empresas obriga que a frota esteja com 100% de operação nos horários de pico.
Para reverter a situação, o sindicato entrou com liminar para suspender a atual decisão. A sindicalista queixa-se da demora de um veredicto quando, segundo ela, a ação impetrada pelos patrões teve decisão mais rápida. As empresas ofereceram uma proposta de reajuste de 6% ainda no primeiro semestre deste ano, e mais 1% em janeiro de 2011.
Os trabalhadores exigem 5,5% referente à data base de maio, mais 2% de abono até setembro. A diferença entre o exigido e o apresentado é de apenas 0,5%, mas a forma como o reajuste será repassado desagrada a categoria.
“A greve só vai voltar quando tivermos uma decisão judicial favorável a nós”, afirma a sindicalista. Para o Sinttpac, uma greve só teria impactos para as empresas caso a paralisação tivesse 70% dos coletivos operando em horários de maior movimentação, e 40% nos demais.
No final de maio, motoristas e cobradores chegaram a cruzar os braços numa forma de pressionar os patrões. O movimento causou transtornos aos usuários, e aventou-se a possibilidade de reajuste das tarifas. Ainda na tarde de ontem, Celina Ferreira iria se reunir com os negociadores das empresas.