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Retorno de Darly Alves a Xapuri pode ser antecipado pela Justiça

A Justiça pode antecipar o retorno do fazendeiro Darly Alves da Silva, 75 anos, ao município de Xapuri (distante 217 km da Capital), onde está localizada a Fazenda Paraná, de sua propriedade. Ele atualmente cumpre pena em regime semi-aberto com autorização para trabalho externo em Rio Branco, mas em virtude do bom comportamento pode ser transferido para concluir o restante da pena no seu local de domicílio.

A titular da Vara das Execuções Penais da Comarca de Rio Branco, juíza Maha Kouzi Manasfi e Manasfi, já oficiou o juiz da Vara Criminal da Comarca de Xapuri, Anastácio Lima de Menezes Filho, pedindo informações acerca da disponibilidade de vaga no quartel da Polícia Militar, onde ele ficaria recolhido durante à noite.

De acordo com a juíza, a concessão do regime aberto para Darly está prevista para o dia 23 de outubro deste ano. Dessa forma, a transferência dele nesse momento em nada prejudicaria o cumprimento da pena, que tem ocorrido de forma disciplinada.

“Vale ainda ressaltar que mencionado reeducando já se encontra no regime semi-aberto com autorização para o trabalho externo há mais de um ano, tendo demonstrado, neste período, sendo de responsabilidade com o cumprimento de sua pena, uma vez que não apresenta faltas, bem como possui poucos atrasos no seu recolhimento”, justificou Maha.

O juiz de Xapuri ainda não respondeu ao ofício encaminhado pela Vara das Execuções Penais de Rio Branco, mas informações preliminares dão conta de que existe vaga disponível para o fazendeiro. Essa é a segunda vez que esse tipo de solicitação é feita. Na primeira, o pedido foi negado justamente em virtude da ausência de vaga.

Darly Alves da Silva ficou mundialmente conhecido como o mandante da morte do líder ecologista Chico Mendes, crime ocorrido em 22 de dezembro de 1988. Julgado em dezembro de 1990, ele foi condenado a 19 anos de prisão junto com o filho Darcy Alves Ferreira, que teria sido o autor dos disparos.

Darly fugiu em fevereiro de 1993 e escondeu-se num assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no interior do Pará, chegando até mesmo a obter financiamento público do Banco da Amazônia sob falsa identidade.

Só foi recapturado em junho de 1996. A falsidade ideológica rendeu-lhe uma segunda condenação de 2 anos e 8 meses de prisão. Como, ele ainda tinha um restante de pena a cumprir pelo assassinato de Chico Mendes, seu novo tempo de prisão foi elevado para 5 anos e 2 meses.

Durante o período de aprisionamento em Rio Branco apresentou problemas com gastrite crônica, o que lhe rendeu vá-rias visitas ao médico e até uma cirurgia. Em virtude do estado de saúde, também foi beneficiado com várias saídas temporárias e até prisão domiciliar, por um curto período de tempo.

 

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