Uma pesquisa da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais do Brasil revelou os dados, após 54 mil pessoas serem entrevistadas por telefone.
Em relação ao consumo de álcool, a pesquisa constatou que a proporção de brasileiros que abusam da bebida cresceu de 16,2% em 2006 para 18,9% em 2009. O Ministério colocou nessa categoria quem bebeu em uma mesma ocasião, no mês anterior à pesquisa, cinco ou mais doses de álcool para os homens ou no mínimo quatro doses entre as mulheres. A capital em que mais gente consome álcool em excesso é Salvador, com 25,6%.
No caso dos fumantes, a pesquisa revelou que, de 2006 ao ano passado, o percentual de pessoas com o problema caiu de 16,2% para 15,5%, consolidando uma tendência observada desde a década de 1990. A capital com mais fumantes é Porto Alegre, onde 22,5% da população têm o hábito de fumar.
No ano passado, a proporção de adultos com excesso de peso alcançou 46,6%. Em 2006, esse percentual era de 42,7%. O problema é mais frequente entre os homens (51%) do que entre as mulheres (42,3%).
De acordo com o governo federal, sedentarismo, má alimentação – com maior consumo de comidas industrializadas – e fatores genéticos são apontados como os responsáveis pelos quilos a mais dos brasileiros. Entre os homens, o excesso de peso é mais comum entre 55 e 64 anos (59,6%). Na população feminina, o índice mais que dobra na faixa etária dos 45 aos 54 anos (52,9%) em relação à faixa de 18 a 24 anos (24,9%).
A capital com mais gordinhos é Rio Branco, com 52,2% das pessoas nessa situação, seguida por Campo Grande (50,8%) e São Paulo (50,5%). O Distrito Federal tem a melhor posição, com 36,2% das pessoas acima do peso.
A obesidade – quadro mais grave do excesso de peso – também cresceu e atinge 13,9% dos brasileiros. Em 2006, a taxa era de 11,4%. O percentual de obesos quase triplica entre os homens do grupo etário de 18 a 24 anos (7,7%) para 55 a 64 anos (19,9%).
Entre as mulheres, o índice aumenta mais de três vezes na comparação das duas faixas etárias: de 6,2% para 21,3%. A pesquisa utilizou como parâmetro o índice de massa corporal (IMC), que é calculado a partir da divisão do peso pela altura elevada ao quadrado.
O Brasil não está isolado nessas estimativas. É mais um reflexo da queda no consumo de alimentos saudáveis e a substituição deles por produtos industrializados e refeições pré-prontas – explicou a coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis do Ministério, Deborah Malta. (Jornal do Comércio)