O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega peruano Alan Garcia assinaram ontem, em Manaus, acordo energético entre Brasil e Peru que permite o aproveitamento pelos Estados de fronteira de energia gerada pelo país vizinho. O objetivo da cooperação é fortalecer as relações entre as fronteiras das duas nações e promover o desenvolvimento das mesmas.
É na Amazônia que se concentram os índices mais baixos de desenvolvimento social e econômico tanto do lado brasileiro quanto do peruano. O Acre será um dos grandes beneficiados pelo projeto. Com um setor energético incipiente, o Estado aposta nos investimentos no setor para fortalecer sua cadeia produtiva e atrair novos investidores.
Até bem pouco tempo, o Acre tinha toda sua energia gerada a partir de usinas termelétricas. Com a implantação dos chamados “linhões”, os acreanos passaram a receber eletricidade produzida em termelétricas e hidrelétricas de Rondônia. Fazendo parte do SIN (Sistema Interligado Nacional) desde o ano passado, o Acre tem energia comprada nas principais hidrelétricas do país.
As expectativas tanto por parte do governo como da iniciativa privada estão na construção das usinas hidrelétrica de Santo Antonio e Jirau, ambas no Rio Madeira. A assinatura de acordos entre Brasil e Peru no setor energético já tinha sido aventada durante a visita de Lula e Garcia ao Acre no ano passado. O principal interessado foi o setor industrial, que quer aproveitar a energia não consumida pelos peruanos e que acaba por ser desperdiçada.