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João Correia: “o PMDB sem candidaturas majoritárias ficará na segunda divisão”

O pré-candidato ao Senado, João Correia (PMDB), foi o último a ser sabatinado, ontem, no ‘Boca no Microfone’, na GAZETA FM, antes do período eleitoral. Entrevistado pelos jornalistas Eliane Sinhasique e Nelson Liano Jr., com a participação dos ouvintes, João Correia, se contradisse quando afirmou que a sua candidatura será mantida, mas depois admitiu que algumas circunstâncias partidárias poderão inviabilizá-la. O pré-candidato defendeu com veemência a manutenção de Rodrigo Pinto (PMDB) na disputa ao governo.
Entrevista-Correia
Motivação para ser candidato

João Correia, expos os motivos para ser postulante a uma vaga no Senado. “O PMDB tinha um desejo de ter uma candidatura ao governo e voltar colocar o 15 nas ruas. Imaginei que qualquer candidatura ao governo teria que ter uma escora nos candidatos ao Senado. Uma das coisas ruins na democracia do Acre é a compra de votos que está deformando a nossa representatividade a nível de deputado federal e estadual. Como eu queria fazer um debate sobre a situação do Estado achei que a candidatura ao Senado viria melhor para passar o Acre em revista”, argumentou.

Contradição
Analisando as especulações sobre os rumos do PMDB nas eleições, João Correia se contradisse. “A minha candidatura será mantida independente dos rumos que o partido tomar. Sempre fui partidário de candidaturas majoritárias próprias. Mas o PMDB foi para a segunda divisão por falta de candidaturas majoritárias. Os interesses específicos assumiram um poder maior e o 15 deixou de ir para rua no Acre. Quando houve a perspectiva da candidatura do Rodrigo nós nos posicionamos com todo o ânimo e entusiasmo. Há 20 dias, tive uma reunião com executiva para saber se manteríamos a candidatura e o esquema do Senado. Na verdade, a minha própria candidatura não há segurança. O deputado Flaviano Melo (PMDB-AC) disse que também tinha a possibilidade de sair ao Senado. Se ele for candidato retiro porque não disputarei convenção nem com Flaviano e nem com o Nabor. A minha candidatura não está tão clara”, confessou.

Insegurança em torno da legenda
João Correia confessou que nada ainda está definido nas hostes peemedebistas. “Não se pode fazer nada porque gera uma insegurança completa tanto na sociedade quanto nos meios políticos. Isso enfraquece o partido. Não ter um projeto que se discute com o máximo de pessoas possíveis e o pratica. Naturalmente isso gera insegurança. Não vou negar que o PMDB entrou nesse processo. Sempre fui contrário que o PMDB cedesse candidaturas majoritárias. Sempre fui favorável a candidatura própria. Um partido não pode crescer sem candidatura própria. Isso está escrito nas tábuas de Moisés”, ironizou. 

União de senadores
O pré-candidato não concorda com os seus adversá-rios de que deverá haver sintonia política entre os senadores representantes do Acre. “Concordo que o parlamento não é lugar para projetos pessoais. Mas que o Senado não é um espaço de oposição, não concordo. Isso é uma certa tentação totalitária. A tal Florestania deu com os burros n´água, fracassou e não resolveu o problema econômico e social da população acreana e multiplicou o totalitarismo político. O Acre está andando na contramão do Brasil. Imagine se tivermos três senadores defendendo essa Florestania fracassada? O Acre não a agüentaria mais. A pluralidade é necessária e também a alternância de poder. O Acre tem que buscar prosperidade e não pode ser sustentado pelo Brasil”, questionou.

Criticas ao modelo acreano
João Correia se mostrou um feroz adversário do atual modelo econômico. “O Brasil moderno tem 16 anos com o Plano Real. A FPA pegou 12 anos e nunca teve tanta aglomeração de poder. Não resolveram a situação econômica e social do nosso Estado. O Acre hoje é um acumulado de indigentes nas periferias. Essa é a causa da violência. Só em Rio Branco tem mais de 300 bocas-de-fumo porque a situação é lastimável. O povo acreano não produz. Nós não vamos poder ser eternamente sustentados. Eles dizem que remodelaram o Estado mordendo a mão daqueles que os alimentaram. Quem propôs a estrada do Pacifico foi o Vanderlei Dantas e o Chico Mendes era contra a pavimentação das BRs 364 e 317. A mentira tem que ser afastada do processo para que o povo acreano possa fazer uma opção serena”, apregoou.

Defesa de Pinto
Mais uma vez o pré-candidato defendeu a candidatura própria. “O PMDB perdeu muitas oportunidades de recolocar o 15 na rua porque optou pela segunda divisão. Uma decisão equivocada que sempre lutei contra ela. Eu esperava e espero que a decisão de colocar o Rodrigo Pinto como candidato do partido não seja para inglês ver. Isso é fundamental para a democracia do Acre. Não tem nenhum partido que tenha o DNA de oposição como o PMDB. O presidente do partido tem que se assessorar da executiva para descobrir o caminho. Estou esperando que ele tome uma decisão se vai ou não para o Senado e espero que o Rodrigo Pinto seja o candidato ao governo”, sentenciou.

Modernização do PMDB
Outra questão respondida por João Correia foi em relação a evolução do seu partido. “O PMDB do Vale do Juruá deu um show. Ganhou do poder político e econômico com o Wagner Sales (PMDB). Uma das vitórias mais extraordiná-rias que tivemos. Em Rio Branco, o PMDB está fragilizado, tenho que reconhecer. Há uma luta interna dentro do partido. Não conseguimos colocar o PMDB nos trilhos. O partido não se preocupou com a contemporiedade. Um partido que foi o campeão das diretas já precisa se modernizar”, finalizou..

 

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