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Jorge Viana: “o Senado é um lugar importante para promover mudanças”

Sabatinado pelos jornalistas Eliane Sinhasique e Nelson Lia-no Jr., ontem, no quadro ‘Boca no Microfone’, da GAZETA FM, o pré-candidato Jorge Via-na (PT), revelou os seus planos políticos. Ele também respondeu perguntas de ouvintes do programa e defendeu o modelo de desenvolvimento do Estado através da economia florestal. Avaliou as transformações sociais do povo acreano e ressaltou a importância de se promover mudanças na política brasileira. Hoje, será a vez do pré-candidato João Correia (PMDB) fechar o ciclo de entrevistas com os concorrentes a senador. O Boca no Microfone vai ao ar entre às 15h e 16h, na 93,3 FM. 
   
A pré-candidatura
Jorge Viana explicou porque aceitou concorrer a um cargo parlamentar depois da sua experiência como executivo. “Nós estamos construindo um projeto coletivo. Fui prefeito e governador e transformei essa oportunidade na coisa mais importante da minha vida. O resultado foi muito positivo. Na última eleição me pediram para não ser candidato. Agora, o Tião Viana (PT), que tem uma experiência muito grande no plano nacional e desejos de colocar projetos em prática, será o candidato ao governo. Eu estou sendo convocado para colocar meu nome para o Senado. Isso demonstra a importância que a FPA dá para o Senado”, afirmou.

Qualificação
Indagado sobre as suas qualificações para pleitear representar o povo acreano no Senado, Jorge Viana, respondeu: “Tenho o privilégio de ter tido um contato muito próximo com a população do Acre durante a minha vida. As pessoas me conheceram e viram o meu esforço para poder trabalhar por elas. Fizemos coisas que parecia impossível no Acre e, principalmente, mexemos com a auto-estima da população. Mas não vou fazer uma campanha baseada naquilo que fiz lá trás. O Senado é casa mais importante da República e um lugar para a gente promover mudanças. O Senado é a essência da política e nós temos que mudar a política brasileira. O que me move é o desafio de colaborar com o meu país e ser um candidato do Acre que precisa muito da bancada federal e dos senadores”, justificou.
Para o pré-candidato a união entre os senadores do Acre é importante para garantir o crescimento social e econômico do Estado. “Acredito que é a Casa da política e da Federação onde é importante haver uma união pelo Acre. Lá é possível fazer o Acre maior do que São Paulo. Se a gente não chegar desunidos vamos conseguir importantes avanços. Com o propósito de acelerar o nosso desenvolvimento e a melhoria do nosso povo”, falou.

Jorge Viana também defendeu a importância da eleição do seu companheiro de chapa, Edvaldo Magalhães (PCdoB). “Nós da FPA já tínhamos ganhado a vaga do Geraldinho (PMDB-AC), que resolveu debandar para ficar na oposição. A mudança dele foi muito prejudicial. O pior que pode acontecer é a pessoa chegar ao Senado e dizer que quer o mandato para projetos pessoais. Isso é um desastre. Para levantar o Acre e o Brasil nos últimos anos deu muito trabalho. O povo não quer saber se o cara é verde, amarelo ou vermelho. Quer saber se o cara está trabalhando. Tem gente que quer o mandato de senador para ir lá fazer oposição e desenvolver o seu projeto pessoal. Isso é pouco e perigoso. O Senado é um espaço para defender um estado. Eu não sou um candidato ao Senado do PT e o Edvaldo não é do PC do B, mas somos candidatos a sermos senadores pelo Acre”, salientou.

Na hipótese de uma vitória presidencial tucana
Questionado sobre a possibilidade do próximo presidente ser do PSDB e qual seria a sua postura, Jorge argumentou: “Acredito que o presidente Lula (PT) vai fazer a sua sucessão elegendo Dilma (PT). Esta semana os institutos de pesquisa assumiram o crescimento da Dilma. Acredito na eleição dela. Mas se fosse o Serra (PSDB) aí que seria mesmo necessário o Acre ter uma bancada unida no Senado para a gente ter força para defender os interesses do Estado. Não estar fazendo oposição e ajudar o Brasil ficar melhor. Acho que o Lula ergueu o Brasil que cresceu 9% e está gerando 9 milhões de empregos por ano, pagou a sua dívida externa e tirou 32 milhões de pessoas da situação de miséria. O Brasil precisa ter uma mexida na política para promover reformas e mudanças. A minha experiência de governador e prefeito pode ajudar para quem quer montar a sua pequena empresa e gerar emprego sem tanto sacrifício. Isso depende do Senado e da Câmara. A gente precisa ter uma Previdência melhor elaborada para quem for se aposentar ter uma renda mais digna. O pós Lula é o Brasil que cobra menos imposto e cresce de maneira sustentável com mais inclusão social”, apregoou.

lO desgaste de ser governo
Em relação ao desgaste natural do mesmo grupo político governar o Acre e ocupar os seus principais cargos políticos por 12 anos, Jorge Viana, justificou: “Pegamos o Estado que vivia no caos com o crime organizado instalado. O funcionalismo demorava cinco meses para receber o seu salário miserável de menos de 100 dólares. A folha de pagamento era de R$ 14 milhões e não conseguiam pagar. No primeiro dia de governo conseguimos colocar a folha de pagamento em dia. O governador Binho (PT) paga hoje mais de R$ 80 milhões e não tem atraso há quase doze anos. Mexer nisso pode ser perigoso porque o Acre tem muita coisa funcionando. Como a fábrica de piso, em Xapuri, que gera mais de 200 empregos. Será que está na hora de parar ou multiplicar isso que está acontecendo? O Seringal Cachoeira que foi o palco da história do Chico Mendes quando assumi estava fechando. Hoje fui lá e tem luz elétrica, o ramal está sendo asfaltado, a renda familiar cresceu com o comércio dos produtos florestais. Quase todos têm carro ou moto. Nós temos um ciclo completo da indústria ao manejo da floresta. O sonho do Chico Mendes virou realidade. O Tião Viana tem que replicar isso e criar uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) para aproveitar a Estrada do Pacífico. O Acre vivia uma situação que vinha um governador e fazia uma coisa e o outro destruía. Agora, está tendo seqüência. Um começa e o outro complementa. Acho que o Acre tem continuar a crescer para sermos um Estado que dispute os melhores lugares nos indicadores econômicos”, afiançou.

Projeto de desenvolvimento
Quanto à colaboração que poderá dar no Senado, caso eleito, para o desenvolvimento do Acre, Jorge Viana resumiu: “Quando era garoto a minha professora do primário me apresentava o mapa do Brasil. Eu olhava o Acre e perguntava onde era o Rio de Janeiro e São Paulo. Nós vivíamos no fim do mundo. Olhar o Acre pelo mapa do Brasil não aconselho ninguém. Mas se o Acre for olhado no mapa do mundo dá para saber que estamos muito bem localizados. Só que isso nunca tinha sido feito. Nós que lutamos com os governos do Fernando Henrique e do presidente Lula para termos uma saída para o Pacífico. O Acre é o lugar mais próximo da costa do Pacífico do Brasil. Aqui, agora, é onde o Brasil começa e não termina. Através da rodovia Transoceânica teremos acesso à Costa Oeste Americana e a China que são as regiões mais ricas do mundo. Nós estamos numa posição privilegiada. Com a nova logística vamos consolidar a indústria através das ZPEs que podem gerar empregos duradouros. É uma política para as indústrias se instalarem de acordo com o nosso modelo de desenvolvimento. O Acre tem que trabalhar com uma economia florestal que beneficie aquilo que Deus nos deu que é a nossa floresta. Temos que ter uma economia moderna de baixo carbono que faça alta inclusão social. Esse é o caminho para combater a violência e melhorar a saúde através da geração de empregos. O governo tem que continuar a fazer a infra-estrutura, mas a economia tem que estar fora do governo. Nós não chegamos nem na metade do que tem que ser feito”, explicou.

Leis trabalhistas
Uma ouvinte perguntou sobre as melhorias das leis trabalhistas para as empregadas domésticas. Jorge Viana respondeu: “Nesse período que fiquei na iniciativa privada pude completar a minha formação e ver como as coisas funcionam fora do governo. Tenho clareza da necessidade do Congresso mudar as leis para que o Brasil fique do tamanho que tem hoje. O aparato legal brasileiro é de um país que não crescia e não incluía gente. Nós temos que aperfeiçoar as leis. Por que a Europa e os Estados Unidos são considerados países do primeiro mundo? Por conta das leis e oportunidades que oferecem. O Brasil tem um aparato legal que trata mal as pessoas. Muita coisa já mudou, mas as regras precisam ficar mais claras nas relações de trabalho. Tendo oportunidade de ter esse mandato vou dar minha contribuição para que o Brasil saia do tempo da Colônia e da escravidão à nível de leis. Dá para melhorar muito a relação das pessoas que trabalham em casas de família facilitando para aquele que querem produzir”, finalizou.

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