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Troca de acusação entre deputados esquenta sessão da Assembléia

A promessa foi feita há duas semanas. O deputado Walter Prado (PDT), presidente da Comissão de Direitos Humanos, se comprometeu em levar a direção do Iapen para um diálogo com os parlamentares. Como a data programada seria ontem a oposição não perdoou. O deputado Luiz Calixto (PSL), subiu à tribuna para criticar o seu colega governista. Chegou a chamá-lo de “rato” e ouviu o complemento de N. Lima (DEM): “É um rato de esgoto.”

Depois com a imprensa Calixto justificou: “na verdade o que afirmei é que o deputado Walter começa um debate na condição de um leão e depois que suas orelhas são puxadas pelo pessoal do Governo termina na condição de um rato. Isso não é postura de um parlamentar. Ele alimentou expectativas e teve todos os espaços na imprensa para noticiar que os dirigentes do Iapen e o secretário de Justiça viriam à Aleac para discutir as questões pertinentes ao sistema penitenciário. Na ocasião o próprio deputado Moisés Diniz (PCdoB) disse que Walter Prado não tinha autoridade política para convocar quem quer que seja. Já sabíamos naquele instante que aquilo era um grande blefe. Uma afronta ao poder legislativo”, protestou.

Quanto aos principais pontos que os oposicionistas querem debater com os gestores do Iapen, Calixto pontuou. “Nós temos problemas de presos que são espancados, outros que morrem nas penitenciárias, de superfaturamento da comida, da super lotação das celas e a falta de respeito com os familiares dos presos. Além de outros fatores que a nossa população tem conhecimento. Agora, quem propôs o debate foi um deputado da base governista que não teve autoridade de manter a sua palavra”, retaliou.

O ‘xerife’ se justifica
Depois do bombardeio oposicionista, Walter Prado se defendeu das acusações. “Nessa comparação com rato eu poderia comparar o deputado que me acusou com um gatuno, mas não vou fazer. O gato quer comer as prerrogativas da maioria. Essa linguagem não é para um deputado, mas eu diria que o gato quer tirar as prerrogativas do rato. Então é um gatuno. No parlamento quem determina são as maiorias e nós somos a maioria. Os diretores do Iapen estão confirmando plenamente o comparecimento na Aleac. Eles só estão pedindo para agendar os dias da visita. Estou sugerindo que seja até no máximo dia 15 de junho. Se não marcarem a gente perceberá que não é problema agenda”, disse ele.

Sanção na base
Indagado se houve algum tipo de blindagem dos gestores pela base parlamentar governista, Prado negou veementemente. “Nenhuma pessoa me procurou. Até porque no final de semana eu estava no seringal. Mas ninguém vai me procurar porque isso é um procedimento simples. Querem transformar o assunto numa bandeira política. É normal no Congresso os ministros irem nas comissões prestar esclarecimentos. Nessa reunião estará presente o presidente do Conselho Penitenciá-rio e o Dr. Edmar Monteiro que tem a função de fiscalizar os presídios públicos. Será uma audiência pública e não terá nenhum constrangimento nem para o Governo e nem aos deputados”, garantiu.

Líder do governo acalma os ânimos
 O deputado Moisés Diniz, líder do Governo, tentou contemporizar a situação de conflito. “Reagi de forma respeitosa porque os deputados de oposição usaram palavras ofensivas contra o Walter Prado. São termos que não cabem a ninguém, nem a deputado, nem a trabalhador e nem a empresário. Protestei contra isso, mas continuei respeitando o ponto de vista da oposição. Disse apenas que o parlamento é a Casa da maioria que determina a votação. O que aconteceu é que Walter Prado fez um convite para os diretores do sistema penitenciário, que informaram que devido a compromissos anteriores, não tinham condições de atender ao convite. Não era convocação. Mas se colocaram à disposição desde que dialogassem tanto com a Comissão de Direitos Humanos quanto com a Mesa Diretora. É o que vamos fazer, dialogar e encontrar o melhor caminho”, explicou.

Quanto à temperatura do debate que esteve muito elevada, Moisés, considerou normal.  “Um comportamento natural do parlamento num período em que faltam apenas quatro meses para as eleições. Acabam expressando os entendimentos das ruas da disputa eleitoral. Um deputado questionou o nosso pré-candidato ao Governo por ter chamado o Acre de comunidade. Fico altamente honrado em ouvir que o senador Tião Viana (PT-AC) vai trabalhar com as comunidades. Como o Binho já vem fazendo quando investiu recentemente R$ 8 milhões diretos com as comunidades, cooperativas e associações de produtores e as igrejas. Acho que isso é apostar no povo”, finalizou. 

 

 

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