Numa destas frases de pára-choque de caminhão que roda por estas estradas da vida e que roubam durante alguns segundos a nossa atenção e nos fazem “ver para dentro” alguns passos e ações que temos feito em nosso cotidiano corrido e apressado, percebemos a preciosidade da vida e o quanto desperdiçamos tempo e recursos.
É a sabedoria popular pedindo passagem, pois sabe melhor do que ninguém conversar com o chapéu na mão, a alma em riste e o coração em condição aberta e verdadeiramente sincera. É o desconhecido se tornando mais conhecido para nós do que nós próprios, uma vez que nesta era digital, nossa consciência tende a se manter muito mais sintonizada fora da gente, no mundo exterior, alta definição, do que no analógico mundo do eu. Temos dificuldades em nos concentrar, em nos perceber, em observar as nossas mazelas, os nossos sintomas sem dor, sem doença, mas que estão lá presentes a ponto de se tornarem visíveis para outros. Surpreendemo-nos quando alguém revela os nossos erros, os nossos defeitos, mas somos incapazes de vê-los por nós mesmos. E ainda, muitas vezes, ficamos bravos com aqueles que nos criticam construtiva e respeitosamente. É a herança do sangue quente latino! É a contradição da contradição.
Precisamos ter uma postura mais humilde para com aqueles que nos querem bem, pois é preciso trabalho e disciplina para ir se policiando e principalmente, ir se corrigindo, autoaperfeiçoando, autopolindo, pois, é nesta reparação e crescimento do eu interno, sadio e capaz de realizar obras criativas e esteticamente válidas, que progredimos nesta vida. E quando chegar o grande dia de olhar para trás, para as nossas pegadas, nas horas derradeiras da vida ou da morte, e virmos apenas obras bem edificadas que dão prazer e satisfação aos olhos de todos, então poderemos ficar com a consciência tranquila de dever cumprido, pois nada mais sábio, nada mais prudente do que caminhar e ter orgulho de ter deixado a trilha melhor, mais bonita, mais agradável para os outros. Assim como muitos caminhões e pessoas que chegam, dão à mensagem e partem para novos rumos.
Busquemos, assim, corrigir os erros antes deles serem feitos ou comentado pelos outros, com paciência e tolerância, respeito e estudo, disciplina e trabalho, pois nada melhor do que caminhar em busca de um amanhã melhor, sabendo que o futuro do homem depende dele próprio.
Paulo Hayashi Jr.
Doutorando em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)