Até o final da tarde de ontem os moradores da metade dos municípios do Acre e Rondônia continuavam sem explicações sobre o que, de fato, ocasionou o apagão da noite da última terça-feira (6), que os deixou por mais de duas horas em uma verdadeira bruma. Responsável por fornecer as causas do problema, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) não tinha enviado relatório oficial para as representações da Eletronorte e da Eletrobras no Acre.
A GAZETA procurou a assessoria de imprensa do ONS ainda na quarta-feira, mas até ontem não tinha recebido respostas. A boa notícia para a população nesse momento é que o Ministério de Minas Energia (MME), em reunião emergencial realizada na tarde de ontem em Brasília, decidiu formar uma comissão para apurar as causas da pane que deixou os dois estados sem eletricidade.
Os trabalhos da comissão, que será formada por especialistas da pasta e do ONS, irá entrar em campo já na próxima semana. Outra proposta saída da reunião é um encontro em Rio Branco com representantes do ministério, governo estadual e o setor produtivo. Os resultados do encontro foram apresentados ao governador Binho Marques por telefone pelo ministro interino do MME, José Antônio Correia Coimbra.
A reunião, que foi solicitada pela deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB), contou com a participação de membros da Eletrobras e do ONS. A única informação disponível até agora sobre o apagão é que teria se originado no Setor 230 da linha de transmissão – o linhão – entre as cidades rondonienses de Pimenta Bueno e Vilhena. Segundo o “Diário da Amazônia”, publicação de Porto Velho, Vilhena não ficou às escuras por sua energia ser fornecida por uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica).
Em Rondônia, 36 cidades tiveram o fornecimento de energia interrompido. Já no Acre o número de cidades afetadas foi de 10: Rio Branco, Senador Guiomard, Xapuri, Capixaba, Bujari, Sena Madureira, Brasiléia, Epitaciolândia, Plácido de Castro e Porto Acre. Somente as cidades que têm eletricidade gerada a partir de usinas termelétricas não foram atingidas.
Estado membro do SIN (Sistema Interligado Nacional), parte do Acre recebe energia gerada a partir das principais usinas hidrelétricas do país. As torres e fios que saem de Rio Branco se conectam a outros milhares Brasil afora, formando um dos mais complexos sistemas de produção e transmissão do mundo. Atualmente, o Acre conta somente com um circuito de transmissão, sendo que a construção do segundo está em fase de licitação.