O governador Binho Marques entregou nesta quarta-feira, 14, a Casa dos Povos Indígenas do Acre, no antigo Espaço Kaxinawa, na avenida Ceará, em Rio Branco.
O Kaxinawa, que já foi restaurante, salão de festas, ponto de venda de tacacá e sede de órgãos públicos, passou por um processo de reforma, revitalização e ampliação em obras que custaram R$ 494.418,00 de recursos próprios do Tesouro Estadual.
Agora, além de abrigar a Assessoria Especial dos Povos Indígenas, será ambiente de exposições permanentes e terá espaço para comercialização do artesanato produzido pelas etnias da região.
Os ambientes são todos adequados para portadores de necessidades especiais. “Aqui agora é o endereço do movimento indígena”, disse o governador ao lembrar que a Casa será sede do Fórum dos Povos Indígenas, colegiado de lideranças que está sendo formalmente instituído e que já incutiu um novo pensamento entre as comunidades. O cacique Josias Kaxinawa entoou o Huni Meka, o Canto de Chamar Força, como forma de saudação e agradecimento pela Casa.
Estiveram presentes o assessor dos Povos Indígenas, Francisco Pianko; o presidente da Fundação Elias Mansour (FEM), Daniel Zen; os secretários de Estado Cassiano Marques (Esportes, Turismo e Lazer), Fábio Vaz (Governo), Henrique Corinto (Justiça e Direitos Humanos), Maria Corrêa (Educação), o vereador Juracy Nogueira, que representou a Câmara Municipal de Rio Branco; o diretor do Departamento Estadual da Diversidade Socioambiental, Edegard de Deus; a secretária de Cultura do Estado de Sergipe, Heloísa Galdino; lideranças indígenas como Carlos Brandão Shanenawa e Nilson Sabóia Kaxinawa, ativistas da causa indígena, gestores e agentes agroflorestais indígenas.
“Aqui é uma ilha verde no Centro de Rio Branco”, disse Francisco Pianko. De fato, o espaço está encravado numa das regiões mais movimentadas da capital, sendo abrigo de um bosque com várias espécies da flora local. “Este espaço valoriza a identidade e a cultura do Acre”, completou Daniel Zen. Existe a possibilidade de instalação de uma banca para servir tacacá.
No passado, o antigo Kaxinawá era ponto de encontro da sociedade acreana, que se reunia para conversar e tomar o caldo todas as tardes. “Agora nós temos nosso endereço”, declarou o líder shanenawa Carlos Brandão, de Feijó.
A reinauguração do espaço marcou o lançamento de duas revistas: Índios Isolados e Povos Indígenas do Acre, a primeira uma publicação de 84 páginas produzida pelo Departamento da Diversidade Socioambiental e pela Biblioteca da Floresta para retratar em fotos e textos a situação das tribos não contatadas no território do Acre. A segunda revista que é um retrato dos povos indígenas que estão localizados no Estado. São 18 povos ao todo.
As versões impressas serão distribuídas nas escolas da rede estadual de ensino, e em breve poderão ser lidas e baixadas no site da Biblioteca da Floresta. (http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/). (Agência Acre)