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“História do Acre precisa ser levada para bem antes da Revolução”, diz pesquisador

O paleontologista Alceu Ranzi, um dos líderes da equipe de cientistas que tenta encontrar as respostas para as inúmeras dúvidas sobre os geoglifos, diz que a História do Acre precisa ser considerada para um período bem antes de Plácido de Castro, o herói da Revolução Acreana. Segundo ele, todos os indícios encontrados até hoje desmistificam todas as teses que se tinham até hoje sobre a origem da Amazônia. “Temos fatos que levam a História do Estado há mais de 2 mil anos”, pondera.

Hoje e amanhã o Acre sedia o simpósio internacional que terá como tema “Arqueologia da Amazônia Ocidental”. O evento começa a partir das 17h, na Biblioteca da Floresta. Cientistas dos Estados Unidos, Inglaterra e Finlândia se juntam aos colegas brasileiros para tentar desvendar os mistérios dessas formas geométricas encontradas ao longo de todo o Baixo e Alto Acre. Até agora, mais de 300 desenhos já foram catalogados.

A principal dúvida é saber qual era sua função. “Eles poderiam ser usados tanto para rituais religiosos, como para estratégias de defesa”, diz Denise Schaan. Para a pesquisadora, poucas são as possibilidades de os geoglifos terem sido usados como cidades pelas civilizações que os construíram. O fato de não ter sido encontrado muitos materiais no entorno é que descartam essa possibilidade.

Os geoglifos são datados da era cristã. A grande maioria dos desenhos mede 100 metros de diâmetro. O maior mede 385 diâmetros. Para Alceu Ranzi, é preciso criar na sociedade a cultura de que os geoglifos são um patrimônio inestimável para o Acre. Segundo ele, os geoglifos deixaram de ser estudos locais para ganhar os centros de pesquisa e estudos do mundo.

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