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Nível do Rio Madeira preocupa, mas ainda não afeta acesso ao Estado

O Rio Madeira registra um dos níveis mais baixos de sua história para o período. A falta de chuvas do “verão amazônico” tem levado o manancial a apresentar vazantes que já têm deixado as autoridades navais em alerta. Mesmo dentro de Rondônia, uma seca no Madeira afeta diretamente a população acreana, já que o acesso ao Estado pela BR-364 necessita ocorrer em travessia de balsa por ele.

A Delegacia Fluvial de Porto Velho, órgão da Marinha responsável pelo controle e patrulhamento dos rios da região, já estuda emitir um alerta de emergência. A seca já tem comprometido a navegação em alguns pontos. Em julho do ano passado, o Madeira media pouco mais de 9 metros; agora ele está em 5 metros. A principal preocupação é com os bancos de areia que se formam por toda a extensão dele.

A reportagem ouviu ontem motoristas de ônibus que realizam diariamente a viagem do trecho Rio Branco/Porto Velho. O relato é de um rio bastante seco, diante da gran-diosidade que ele apresenta em períodos de chuva. Segundo os profissionais, ainda não há dificuldades de atravessar o manancial. “Por enquanto a travessia segue sem problemas”, garantiu um dos motoristas.

Desde a construção da BR-364 no trecho que interliga os dois Estados, o Acre sempre ficou vulnerável ao sobe-e-desce do Madeira. Por vezes, a população sofreu com o desabastecimento de combustíveis e até de alimentos. Sem poder transportar muito peso, as embarcações levavam os veículos a conta-gotas para evitar de ficar encalhadas. Com isso, o tempo de chegada ao Estado aumentava, causando sérios prejuízos. 

Outro problema é o aumento dos custos com o transporte, que sobem por conta da travessia pela balsa. A falta de uma ponte é apontada como um dos gargalos para o desenvolvimento do Acre. A falta de uma estrutura compromete a rota da Estrada do Pacífico, que interligará o Brasil aos portos peruanos no Oceano Pacífico.

Várias foram as promessas políticas em torno da obra que tiraria o Acre do isolamento. No começo do ano, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) anunciou a abertura de licitação para contratar o consórcio que ficaria responsável pela construção da ponte. Orçada em R$ 160 milhões, ela tinha previsão de construção já neste segundo semestre, e com conclusão para 2012.   

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