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ProAcre é implantado em comunidade de Santa Rosa

As bandeiras dos Brasil, Acre e Santa Rosa do Purus foram hasteadas pela primeira vez sábado, 17, na comunidade Santa Helena Nova, no Rio Purus, município de Santa Rosa, marcando a chegada do maior e mais profundo conjunto de ações, obras e serviços do Governo na região. Nesse dia, o governador Binho Marques esteve em Santa Helena Nova para lançar o Programa de Inclusão Social e Desenvolvimento Sustentável do Acreo (ProAcre), que tem previsão de duração de seis anos com investimentos de US$ 150 milhões, sendo que US$  120 milhões estão sendo aportados  pelo Banco Mundial e US$ 30 milhões são a contrapartida do Governo do Estado.

Ao seu final, o ProAcre será continuado pelas prefeituras com recursos dos programas federais. Elaborado com base nos estudos e recomendações do Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado, o ProAcre já começou a melhorar a qualidade de vida das comunidades, especialmente aquelas localizadas em zonas com maior urgência de atenção quanto ao acesso a serviços básicos e ordenamento ou adequação para o desenvolvimento sustentável.

Estabelecida no contexto da Floresta Nacional do Purus, a comunidade Santa Helena Nova é atualmente sede de uma série de serviços em saúde, educação, emissão de documentos pessoais (através da Diretoria OCA e o Tribunal de Justiça do Acre) e de fortalecimento da produção, oficializando componentes do ProAcre, como o Programa de Saúde da Família (PSF) Móvel e o Asas da Florestania, Roçados Sustentáveis e manejo de lagos.

 Somados a outros investimentos no município, estão sendo aplicados mais de R$ 3,4 milhões na região. Acompanhado do prefeito de Santa Rosa do Purus, Zé Brasil, o governador Binho Marques foi recebido pelos fundadores de Santa Helena, Paulo Rocha da Silva e Francisco Mauro da Cunha, o Maurino, além de lideranças das aldeias próximas como Renato Hohonô Kulina e Edvaldo Kaxinawa.

O ProAcre atua em várias frentes, principalmente em saúde, educação e produção. As atividades do projeto estão organizadas de acordo com o tipo de ação: provisão de serviços básicos, segurança alimentar e ampliação e modernização dos serviços para o desenvolvimento socioeconômico sustentável e fortalecimento institucional. Para que o planejamento se efetive e as ZAPs recebam a atenção necessária, o Governo dividiu as comunidades por localização, população, nível de organização e outros itens. Criaram-se então dentro do conceito de ZAP as Comunidades de Atendimento Universal (Cau), cuja característica é a baixa densidade populacional, compostas em geral por uma a cinco famílias, as quais estão ligadas às Comunidade de Atendimento  Prioritário (Cap), estas maiores e mais povoadas, mantendo entre seis e trinta famílias. As CAPs por sua vez estão vinculadas às Comunidades Polo, ligadas às Zonas Especiais de Desenvolvimento (ZEDs).

As Comunidades de Atendimento Universal são comunidades com até 25 moradores cujas famílias estão dispersas umas das outras.


Rica em biodiversidade e cultura

Santa Helena Nova foi instituída como uma comunidade-polo, que serve de referência às comunidades menores, denominadas Comunidades de Atendimento Universal (Cau) e Comunidades de Atendimento Prioritário (Cap).

Entre outros, foram firmados convênios e reafirmados compromissos que garantem a construção da Escola Santa Helena Nova. “Estou muito feliz por tudo o que está acontecendo em nossa comunidade. Agradeço pela presença do governador”, disse Paulo Rocha. Os primórdios dessa comunidade remetem à mesma história sobre a origem das demais vilas implantadas ao longo dos rios do Acre – mas Santa Helena possui importantes diferenciais: “é uma região rica em biodiversidade e muito  rica culturalmente”, disse o governador Binho Marques. Índios de três etnias – madihá, kulina e kaxinawa – estiveram presentes à cerimônia de lançamento do ProAcre. Após a derrocada dos seringais, as famílias se juntaram em comunidades, passando a sobreviver da agropecuária de pequena escala. Em Santa Helena, a extração ainda é forte, mas a região tem grande potencial produtivo.

Segurança alimentar
A comunidade Santa Helena está localizada na margem esquerda do Rio Purus e inserida na Floresta Nacional do Purus, distante duas horas de voadeira desde a sede do município.  Em 2005 foi proposto que a população residente na “Santa Helena Velha”, distante 4 horas de voadeira da cidade, se deslocasse para uma área mais próxima da sede, surgindo assim a comunidade Santa Helena Nova.

A vila apresenta uma distribuição territorial dos moradores do tipo concentrada, atualmente é constituída por 14 famílias, totalizando 90 pessoas. Onde 31% são crianças, 18% são jovens, 46% adultos.

A produção predominante na comunidade é a lavoura branca com o cultivo de milho, arroz, feijão e farinha. Sendo os mesmos voltados principalmente para subsistência. Apenas 36% das famílias usam o excedente para comercialização, onde a farinha é o principal produto. Os comunitários fabricam cerca de 40 toneladas de farinha ao ano.  O escoamento da produção é feito pelo Rio Purus até a cidade de Santa Rosa. Os barcos adquiridos pela Seaprof irão colaborar de modo decisivo para o melhor escoamento de alimentos. (Agência Acre)
 

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