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Promotor confirma retirada de novos fragmentos de Edna

O promotor da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco, Rodrigo Curti, disse ontem (7) que o Ministério Público do Acre está empenhado em definir a culpabilidade no caso Edna Ambrósio. Apesar de ser público e notório de que a morte da estudante foi resul-tado de uma ação desastrosa da polícia, ele observa que é essencial a definição da autoria para o sucesso da ação penal.

Segundo ele, os dois policiais denunciados pelo MPE não negam que efetuaram disparos na tentativa de conter a motocicleta que furava o bloqueio, tendo como condutor Jeremias Cavalcante e garupa a namorada, Edna Maria Ambrósio Rego. Entretanto, eles alegam que o fizeram em direção ao asfalto, como uma forma de advertência.

Como explicar então as duas perfurações – uma no dorso da mão e outra no ombro esquerdo, à altura do coração – encontradas no corpo da jovem? Para Curti, a nova perícia, realizada por ordem judicial, pode trazer luz a esses pontos até então obscuros do processo.

Já se sabe, porém, que não será possível definir a proce-dência do disparo que atingiu a mão da estudante, em virtude de não terem sido deixados quaisquer tipos de resíduos. A bala que transfixou a região também não foi localizada.

Já em relação ao disparo fatal, que partiu ao meio o coração da estudante, indo se alojar no ombro do namorado Jeremias, deixou muitas evidências. Além dos frag-mentos já recolhidos ante-riormente, outros cinco fo-ram removidos pelos peritos durante a exumação.

De acordo com Curti – que acompanhou de perto o pro-cedimento – vários outros fragmentos foram localiza-dos, mas por serem de tama-nhos microscópicos não apresentam grande relevân-cia para a definição da arma que efetuou o disparo. O promotor acredita que, a partir do relatório emitido pela criminalística a cul-pabilidade no caso será definida.

Em virtude de concen-trar as duas perfurações, o braço esquerdo da vítima – incluindo o ombro e parte do peito – passou por um exame mais detalhado. Em dado momento da perícia, disse Curti, ventilou-se inclusive a possibilidade de encaminhar toda a peça para estudo fora do Estado, o que foi descartado.

Fragmentos coletados serão analisados no Estado
Segundo informou o promotor, o cadáver de Edna estava em boas condições, o que favoreceu a exumação. Os fragmentos retirados do cadáver devem ser analisados aqui mesmo no Acre, com o acompa-nhamento de um especialista em balística.

Além da arma que efetuou o disparo, o MPE quer saber se existem resíduos de asfalto nos fragmentos, o que comprovaria a versão dos acusa-dos de terem atirado para o chão. Caso não se constate, reforça a hi-pótese de que atiraram para matar.

 

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